São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Decisão política da CBF vai definir próximo Brasileiro

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Uma reunião da diretoria da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), na quinta-feira, vai decidir se o Fluminense substituirá o Atlético-PR no Brasileiro de 97.
Anteontem, o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) suspendeu o clube paranaense por 360 dias, condenando-o por "proceder de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de competição."
O regulamento do campeonato do ano passado é omisso sobre que clube deverá ocupar a vaga do Atlético-PR.
Não há obrigação de a competição do ano que vem ter 24 clubes -podem ser 23. Será uma decisão política.
Em 96, foram rebaixados os dois últimos colocados: Fluminense, 23º colocado, e Bragantino, 24º. Como o Atlético-PR foi suspenso, o time do Rio quer a vaga.
O torneio seguinte terá os dois primeiros classificados da segunda divisão do ano passado -União São João, de Araras (SP) e o América-RN.
Legalmente, o terceiro colocado, o Náutico, tem tanto direito de ascender à primeira divisão quanto o Fluminense de não ser rebaixado.
"É preciso sentar e discutir", disse o diretor do departamento técnico da CBF, Gilberto Coelho.
"O regulamento não define nada. Não é possível adiantar nem a posição favorita."
O time carioca já formalizou o pedido de manutenção na primeira divisão. O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, é torcedor do clube.
No fim do Campeonato Brasileiro-96, o presidente do Flu, Álvaro Barcelos, disse: "A torcida pode ficar tranquila, o Fluminense não será rebaixado."
O vice-presidente de Futebol do clube, Edgar Hargreaves, está na França, assistindo aos jogos da seleção brasileira.
Lá também está o presidente da entidade, Ricardo Teixeira. Ele voltará ao Rio a tempo de dirigir a reunião.
O Atlético-PR foi condenado com base em reportagem contendo gravação clandestina de conversa entre seu presidente, Mario Celso Petraglia, e o ex-chefe da Comissão Nacional de Arbitragem, Ivens Mendes.
No diálogo, Petraglia prometia R$ 25 mil a Ivens.
A pena está em vigor desde ontem. A lei, porém, permite que o clube participe de campeonatos no qual está inscrito, mas perdendo cinco pontos a cada jogo.
Por isso, o Paraná Clube já é o campeão paranaense de 97, de acordo com Coelho e o presidente do STJD, Luiz Zveiter.

Texto Anterior: Timão! Guga!
Próximo Texto: Petraglia chega a cochilar no julgamento
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.