São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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Marchands do Rio vêm para São Paulo

Cohn e Edelstein criam espaço paulista

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Dois dos principais marchands do Rio de Janeiro resolveram fundir seus negócios, unir suas galerias e estender seus empreendimentos a São Paulo.
Com isso, deixam de existir a Thomas Cohn Arte Contemporânea e a Joel Edelstein Arte Contemporânea e passa a funcionar a Cohn Edelstein com dois espaços em Ipanema e um em São Paulo.
"A idéia é criar uma galeria que incorpore o melhor da arte contemporânea no Brasil", diz Joel Edelstein, que trabalhava com artistas dos anos 70 -enquanto a galeria de Cohn privilegiava a geração 80.
No final de agosto deve ser inaugurado o espaço em São Paulo. O local ainda não foi definido -há dois em vista-, mas será nos Jardins e terá entre 500 m2 e 600 m2.
"Deve ser uma das maiores galerias de São Paulo. Não medi as outras", diz Thomas Cohn, que promete: "Não estamos indo fazer papelão".
A galeria em São Paulo será inaugurada com duas exposições. Uma delas será do pintor Daniel Senise, com sua produção mais recente -feita este ano.
"Com galerias no Rio e em São Paulo há maior penetração e possibilidades de conseguir artistas e clientes. Queremos fazer um trabalho nacional", diz Cohn.
A ida da Cohn Edelstein para São Paulo deve agitar o mercado de artes plásticas, já que vários artistas são representados no Rio pela dupla e em São Paulo por outros marchands -como o escultor Tunga, um dos representantes brasileiros na Documenta de Kassel.
Cohn e Edelstein trabalham com artista como Beth Moysés, Lia Mena Barreto, Waltercio Caldas, Rosana Palazian, Daniel Senise, Annabella Geiger. Com a nova galeria, eles pretendem trabalhar com um número limitado de artistas, cerca de 12.
"Não temos a menor intenção de atropelar São Paulo, nem de criar atritos. Estamos indo somar", diz Cohn.
Com a ida para São Paulo, os quatro sócios se dividem em duas frentes. Cohn e o economista carioca Oscar Cruz vão para São Paulo. Edelstein e a marchand uruguaia Myriam Tenenbaum Cohn ficam no Rio.
Um dos motivos da junção foi a recente valorização dos artistas brasileiros no mercado internacional. Um fenômeno verificado nos últimos cinco anos.
"Os artistas contemporâneos brasileiros são conhecidos e procurados em todo o mundo. Mas os artistas de renome, mais históricos, não têm mercado", diz Cohn.
Para ele, essa valorização tem vários fatores, inclusive a tendência mundial de instalações. "A produção é boa e ainda são coisas penduráveis", diz ele.
Por isso, trabalhar seus artistas no mercado internacional é uma das prioridades da Cohn Edelstein.

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