São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Piva e Couri vão disputar a Fiesp em 1998

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Sempre discreto, ele evita falar com jornalistas sobre o assunto. Mas, nos corredores da Fiesp, todos sabem: Horácio Lafer Piva, da Klabin, será o candidato da situação à presidência da entidade.
Joseph Couri, do Simpi, o sindicato das micro e pequenas indústrias, vai para a oposição, por mais que tenha tentado obter o apoio do presidente da Fiesp, Carlos Eduardo Moreira Ferreira.
A mais de um ano das eleições, no segundo semestre de 98, ganha contorno definido a disputa pelo comando da federação industrial de São Paulo, a maior do país. No início, havia 14 pré-candidatos.
Oficialmente, Moreira Ferreira diz que não se decidiu por um nome. Declara que vai tentar construir chapa única com todos os candidatos, inclusive Piva e Couri.
Mas a união dos dois é improvável. Couri até procurou compor, mas impõe a condição de ser o cabeça da chapa. Os setores mais tradicionais da Fiesp não aceitariam apoiá-lo para representar a indústria paulista.
O ex-presidente da entidade Mario Amato é um exemplo. Ele define Couri como "polêmico".
"Qualquer candidato que venha daqui para a frente é o número dois. Eu já sou o número um", disse Couri à Folha em maio.
Couri foi, mesmo, o primeiro a se lançar publicamente. Vem, sem descanso, desde o início do ano, trabalhando por votos, principalmente no interior do Estado.
Chegou a passar espécie de abaixo-assinado junto a empresários em que pedia o apoio de Moreira Ferreira a sua candidatura.
Coordenador escolhido
Mesmo sem o apoio de Moreira Ferreira, Couri prossegue firme na sua campanha e já escolheu seu coordenador: Oswaldo Assef.
Diz ter a maioria do Ciesp, entidade-irmã da Fiesp, em que votam milhares de empresas. Francisco Antônio de Araújo, delegado regional de Taubaté, é seu principal articulador no interior.
Na Fiesp, onde vale o voto dos pouco mais de cem sindicatos, Couri é mais fraco. Tem pelo menos um provável aliado: Sérgio Magalhães, presidente do Sindmaq/Abimaq, que faz oposição ferrenha a Moreira Ferreira.
Mais reservado, Piva ainda não assumiu publicamente sua candidatura. Trabalha nos bastidores. Publicamente, continua a dizer que o presidente da Fiesp é quem vai decidir sobre sua candidatura.
Mas vem conseguindo apoio junto a lideranças empresariais influentes para encabeçar a chapa de Moreira Ferreira.
Conta com o apoio de ex-integrantes do grupo Novo Ciesp, como Luiz Péricles Michielin, Mario Bernardini e Adauto Ponte, tidos como mais radicais nos pleitos por mudanças e bons de voto.
Na ponta mais tradicional, também têm simpatia por Piva ex-presidentes da Fiesp, como José Ermírio de Moraes Filho, Raphael Noschese, Luis Eulálio de Bueno Vidigal Filho e Mario Amato.
Outro aliado de peso: Aldo Lorenzetti, que abriu não de sua candidatura a favor de Piva.
Piva também transita bem junto a empresários que não votam, mas influem nas eleições da Fiesp. É o caso de Paulo Cunha, Eugênio Staub e Pedro Eberhardt, do Iedi, Eduardo Capobianco, do PNBE, e do secretário Emerson Kapaz.
Articulação final
Moreira Ferreira, encarregado de articular a chapa de situação, terá muito trabalho pela frente.
Negociar com Max Schrappe, seu vice, e Luiz Furlan, cujas candidaturas não decolaram, mas oficialmente ainda estão no páreo, será o menor dos problemas.
Pior será enfrentar a acirrada disputa por cargos.

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