São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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'Não há vícios nas licitações'
DA REPORTAGEM LOCAL Por intermédio de sua assessoria de imprensa, o governador Mário Covas disse que sua amizade com o empresário Antônio Dias Felipe não pode impedir a participação das empresas dele nas licitações realizadas pelo Estado, "até porque não há vícios nas licitações"."Covas não nega que é amigo do Felipe. A amizade entre os dois é pública", afirmou Meyre Zaidan, assessora de imprensa do governador. Para ela, não há problema com o fato de as empresas terem feito doações para a campanha de Covas e disputarem licitações. Segundo Zaidan, a Tejofran e a Power "entram em licitações normais", como se fossem qualquer outra empresa. Segundo a assessoria do governador, estão caindo os gastos do atual governo com serviços terceirizados de mão-de-obra. Segundo Zaidan, o atual governo economizou R$ 1 bilhão em prestação de serviços entre janeiro de 95 e o início de 97. Para ela, a Tejofran é a terceira maior empresa entre os fornecedores do governo -a Power é a sétima colocada. Zaidan afirmou que os números do governo levam em conta os valores que estão sendo desembolsados no momento, sem considerar contratos assinados com vigência a longo prazo, mas cujas despesas não foram ainda efetivadas. A assessora de Covas discorda da informação do TCE de que os contratos com Tejofran e Power correspondiam a R$ 20,1 milhões em 94. No início do governo, disse, o pagamento mensal às duas empresas era de R$ 7 milhões por mês. Ricardo Viveiros, que falou em nome das empresas de Felipe, afirmou que a Tejofran tem 40 anos de existência e 209 contratos. Desse total, segundo ele, 179 são com empresas privadas -o restante é com o atual governo. Segundo Viveiros, apenas 3.012 dos 11.928 funcionários da Tejofran trabalham com o governo Covas. No caso da Power, disse, são 53 contratos com empresas privadas e 18 com o governo Covas. A Power tem 5.110 funcionários. Para ele, não dá para dizer que aumentou o volume de dinheiro referente aos contratos. "Vá dá uma olhada nos governo de Montoro e de Orestes Quércia. Uma hora ganha, outra perde." Viveiros discorda da interpretação dada para os números do TCE referente aos contratos com Tejofran e Power. "Tem que pegar o contrato e dividir pelo tempo (de vigência) do mesmo contrato". "Vai ver que o faturamento (das duas empresas) até caiu", disse. "Covas nunca negou ser amigo de Felipe. Daí a provar que ele ganha licitação por ser amigo do governador é outra história", declarou. Texto Anterior: Contratos de amigo de Covas sobem 566% Próximo Texto: Empresas doaram R$ 190 mil ao PSDB Índice |
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