São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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São Paulo leva 1.500 para Brasília
MARCELO OLIVEIRA
Ontem, um grupo de 300 sem-teto se concentrou no ginásio do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo. Os sem-teto saíram em seis ônibus, às 16h40. A previsão é de que o grupo chegue a Brasília por volta das 7h30. Além de sem-teto de São Paulo, a caravana reunirá grupos de movimentos de mais 17 Estados filiados à CMP. A principal reivindicação dos sem-teto, segundo Evaniza Rodrigues, coordenadora executiva da União dos Movimentos por Moradia, é que seja criada uma Política Nacional de Habitação. "Queremos que o Congresso Nacional vote o nosso projeto de iniciativa popular, com um milhão de assinaturas, pedindo a criação do Fundo e do Conselho Nacional de Habitação." Segundo Evaniza, a criação do fundo permitiria mais recursos. "Hoje, a política habitacional do governo só conta com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do Orçamento federal. O fundo permitiria a captação de recursos diretamente no Bird (Banco Mundial) e no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)." Rifas Segundo Evaniza, cada grupo de sem-teto, de diversos pontos da cidade, pagou o seu ônibus com recursos próprios. O custo per capita, afirma, foi de R$ 60, incluindo apenas alimentação. Para pagar o fretamento dos ônibus, alguns grupos fizeram rifas e festas. Outros grupos, como o Fórum dos Cortiços (entidade filiada à UMM), conseguiram alojamento próprio, mas a maioria dos sem-teto deve permanecer nos ônibus nos dois dias em Brasília. Segundo Evaniza, todos os trajetos entre os locais de manifestação e as audiências públicas serão feitos de ônibus. Antes da saída da caravana, Evaniza recomendou aos sem-teto que, em Brasília, eles só não poderiam dormir em pontos de ônibus, referindo-se ao ataque sofrido pelo índio pataxó Galdino José dos Santos, morto queimado por jovens da capital federal. Texto Anterior: PM de Brasília faz esquema para sem-teto Próximo Texto: LIVROS JURÍDICOS Índice |
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