São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Estatística revela crescimento do tráfico

DA AGÊNCIA FOLHA EM BOTUCATU

A Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes) realiza por mês, em média, 12 apreensões de drogas com traficantes na região de Botucatu.
As estatísticas mostram um crescimento nos últimos anos na apreensão de crack, cocaína e maconha, de acordo com números apresentados pela Unesp.
Em 94, a polícia apreendeu 2,2 quilos de maconha, 101 gramas de cocaína e 54 gramas de crack. No ano seguinte, foram 4,6 quilos de maconha, 3,8 quilos de cocaína e 2,8 quilos de crack. No ano passado, foram apreendidos 6,5 quilos de maconha, 6 quilos de cocaína e 3,8 quilos de crack.
"A polícia tem tido um trabalho muito difícil na região com o crescimento do tráfico de drogas", afirma o delegado-assistente da Dise, Paulo Buchignani.
A droga aprendida pela polícia na região é remetida para o laboratório de toxicologia da universidade, já que a polícia não dispõe de equipamento técnico.
Museu da prevenção
Para amenizar o problema, o delegado disse que a Dise adotou a tática da prevenção.
"Só vamos conseguir brecar o avanço das drogas com a prevenção. Traficante, você prende um, aparecem dois", disse.
A Dise criou um museu das drogas para tentar convencer os jovens e adolescentes sobre o problema do mundo dos viciados.
No museu, há organismos de pessoas que morreram por causa da droga, armamento apreendido com traficantes e informações sobre o poder destrutivo das drogas, entre outras coisas.
O delegado de Igaraçu (303 km a noroeste de São Paulo), Hércules Peranovic, disse que é muito difícil os trabalhadores de canaviais fumarem crack na hora do serviço.
Segundo ele, as usinas têm uma fiscalização rigorosa.
Para o delegado, a mudança de hábito dos lavradores -que deixaram o sítio para morar nas cidades, mas continuam trabalhando no campo- agravou o problema.
"Hoje, nenhuma fazenda mais tem colônias. As pessoas continuaram a trabalhar na roça, mas vieram morar na cidade. Isso é uma desgraça, pois acabaram adquirindo, principalmente os jovens, os vícios da cidade", disse.

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