São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Roubo de carro custa R$ 1 bi por ano

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Roubo de carro não virou tormento apenas para motoristas de grandes centros urbanos como São Paulo e Rio. Seguradoras de todo o país enfrentam um custo que já beira R$ 1 bilhão por ano com essa ocorrência criminosa.
A estimativa é do mercado, apenas para as indenizações pagas a donos de veículos de todo tipo e que foram vítimas de furto/roubo.
Há também outros custos, como os da segurança pública e privada, das perdas com a frota não-segurada e do desvio de dinheiro para atividades ilícitas.
Números sobre indenizações pagas por roubo e furto não são exatos. As companhias mantêm sob certa reserva seu próprio desempenho e transmitem, para a Susep (Superintendência de Seguros Privados) e para a Fenaseg (a federação nacional das seguradoras), só dados globais sobre sinistros.
Mas cálculos feitos no mercado segurador levam a números próximos de R$ 1 bilhão por ano.
Júlio Avelar, vice-presidente da Sul América e da Fenaseg, estima entre 80 mil e 90 mil o número de veículos (automóveis, motos, caminhões etc.) roubados/furtados e indenizados por ano no Brasil.
A frequência desses sinistros com indenização, segundo ele, deve estar em torno de 1,6% da frota, como média anual no Brasil. É maior no Rio e em São Paulo.
Como a frota segurada gira em torno de 5,5 milhões de veículos, 88 mil seriam indenizados a um custo médio de R$ 12 mil por carro. Chega-se a R$ 1,06 bilhão/ano.
Prêmios
Estimativa de Marcelo Pietro, gerente da carteira de autos da AGF Brasil Seguros, chega a resultado diferente, porém próximo.
O percentual de roubo nessa sinistralidade varia de região para região e entre seguradoras, mas, estimando média de 25%, seriam levados R$ 805 milhões.
Pietro confirma R$ 12 mil como valor médio de indenização no ramo auto, o que daria 67 mil carros.
Como a estimativa de 25% é conservadora, é razoável supor indenizações de R$ 1 bilhão.
Outro cálculo pode ter como ponto de partida uma frota nacional de 27 milhões de veículos.
Lúcio Marques, diretor da companhia Previdência do Sul e do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro, informa que, entre fevereiro de 96 e janeiro de 97, uma média de 592,3 mil veículos estava no seguro. Equivale a cerca de 20% da frota daquele Estado.
No universo estimado de 27 milhões, os 20% resultam em 5,4 milhões de veículos, praticamente o mesmo número de Avelar.
Se o índice de perda total por roubo ou furto for de 1,6%, o resultado é de 86,4 mil veículos, num total ao redor do R$ 1 bilhão.
Mesmo que o índice seja de 1,3%, como registram outras seguradoras, nada menos do que 71,5 mil veículos roubados gerariam indenizações de R$ 858 milhões.

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