São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Sobrevivência é adaptação, diz Paulo Salles

DA REPORTAGEM LOCAL

Alguém, algum dia, deve ter imaginado ser impossível viver sem uma calça Lee e um Cadillac.
A roda do mundo girou, o jeans e o glamour da indústria automobilística sobreviveram, mas Lee e Cadillac são marcas do passado.
Por que isso aconteceu? Para o presidente da Salles/DMB&B, Paulo Salles, faltou "senso de urgência" aos executivos responsáveis por esses produtos.
O "senso de urgência" seria, segundo o publicitário, a capacidade de reação às mudanças, "a percepção de que a imagem de uma marca é construída na batalha do dia-a-dia."
No centro do último "Arena do Marketing", evento quinzenal promovido pela Folha, Salles defendeu a idéia de que, em um mundo globalizado, é essa capacidade de reação às mudanças constantes que fará a diferença entre "Mercedes" e "Cadillacs".
"As pessoas recebem milhares de mensagens por dia. Crenças mudam a toda hora. A percepção que as pessoas têm das marcas muda no mesmo ritmo", afirma o publicitário.
"Se você não tiver a perspectiva de manter a marca presente na cabeça do consumidor, de forma clara e consistente, você perde."
Disputa global
Os números, segundo Salles, reforçam essa tese. Pesquisas mostram que uma pessoa é bombardeada por 3.000 mensagens comerciais todos os dias.
Essas marcas globais, considera, estão provocando nos últimos anos um rearranjo das economias locais, aumentando a concorrência e alterando hábitos e padrões de consumo.
É justamente essa competitividade global, considera, que está obrigando as empresas a aprimorar um pré-requisito do sucesso: a capacidade de se adaptar às transformações.
"As fronteiras estão acabando não porque os governo querem, não porque a estrutura quer. Elas estão se desfazendo porque a tecnologia anda mais rápido que a capacidade das pessoas decidirem", analisa o publicitário.
"No marketing de hoje não há mais verdades absolutas, não há monstros sagrados. Você é bom na medida em que consegue perceber as mudanças e se adaptar a elas", conclui.

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