São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Gustavo Kuerten conquista título inédito ao vencer em Roland Garros

MARTA AVANCINI

MARTA AVANCINI; IGOR GIELOW
DE PARIS

IGOR GIELOW
Gustavo Kuerten, 20, derrotou ontem o espanhol Sergi Bruguera, 26, em Roland Garros e se tornou o primeiro brasileiro a conquistar um torneio de Grand Slam -os mais importantes do tênis.
Ao conquistar o Aberto da França com parciais de 6/3, 6/4 e 6/2, Kuerten entrou para a história do tênis como o campeão de um torneio Grand Slam de pior colocação no ranking da ATP (Associação de Tenistas Profissionais) -ele ocupa a 66ª posição, devendo passar agora para o 19º lugar.
Kuerten conquistou a "Coupe des Mousqueteires" no 49º jogo de sua carreira e em sua terceira participação em um torneio de Grand Slam (duas em Roland Garros).
O jogo contra Bruguera foi curto -uma hora e 50 minutos. A versatilidade e a calma mostradas por Kuerten reverteram as expectativas favoráveis ao espanhol, bicampeão de Roland Garros em 93 e 94.
Bruguera foi o terceiro cabeça-de-chave eliminado por Kuerten no Aberto da França.
Antes, o russo Ievgueni Kafelnikov (campeão de 96 e terceiro do mundo) e o austríaco Thomas Muster (quinto) perderam.
Andrei Medvedev (Ucrânia), Fillip Dewulf (Bélgica) e Jonas Bjorkman (Suécia) foram outros destaques do tênis mundial surpreendidos por Kuerten.
A facilidade com que Kuerten derrotou o espanhol é consequência do crescimento de seu desempenho ao longo dos seis jogos que disputou em Roland Garros.
Ele passou de partidas de cinco sets (como contra Kafelnikov) e encerrou sua participação no torneio com um jogo de três sets.
Além do feito inédito, a vitória também deu dinheiro a Kuerten: um prêmio de US$ 740 mil.
Apesar disso, o tenista que aproveita as horas vagas para surfar na praia Mole, em Florianópolis (SC), onde mora, garante que vai manter seus hábitos simples. "Vou pôr o dinheiro em um banco e só vou usá-lo quando precisar. Tenho tudo que preciso."
Dedicou o título ao treinador, Larri Passos, a quem chamou de "meu pai, meu tudo". Seu pai "verdadeiro" morreu ao apitar um jogo de tênis há dez anos.
Quanto ao futuro, Kuerten pretende ser, um dia, o Ronaldinho do tênis. "No dia de hoje, eu sou mais famoso do que ele. Só que ele é o melhor do mundo. Eu estou só começando."

LEIA MAIS sobre a conquista de Kuerten às págs. 4-4 a 4-6 e 4-10

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