São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997 |
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Perfume Exótico
DE OLHOS FECHADOS, QUANDO, ALTA NOITE, NO OUTONO, Respiro o cheiro bom dos teus seios fogosos,Vejo entreabrir-se além cenários deleitosos Cintilando ao ardor de um sol morno de sono: Uma ilha preguiçosa e molenga e sem dono Em que há árvores ideais e frutos saborosos; Homens de corpos nus, finos e vigorosos, Mulheres cujo olhar tem franqueza e abandono. Guiado por teu perfume às paragens mais belas, Vejo um porto a arquejar de mastros e de velas Ainda tontos talvez da vaga alta que ondula, Enquanto um verde aroma -o dos tamarineiros-, Que passeia pelo ar e que aspiro com gula, Se mistura em minha alma à voz dos marinheiros. Charles Baudelaire (1821-67), tradução do francês por Guilherme de Almeida Texto Anterior: Sob as Tílias Próximo Texto: A Pulga Índice |
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