São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Coleção não será desmembrada

ALVARO MACHADO
ESPECIAL PARA A FOLHA

A importante coleção particular de arte brasileira deixada por João Marino (1923-1997) deve permanecer reunida e pode ser assumida por uma instituição particular, que a manteria no Estado de São Paulo, aberta à visitação pública.
A afirmação é de uma das herdeiras da coleção, Mariangela Marino. "Esse era a vontade de meu pai, o consenso na família, e colecionadores amigos estão empenhados para que isso aconteça."
Antes de assumir a direção do MAS, onde permaneceu de 89 a 97, o engenheiro João Marino já era um conhecido colecionador de arte brasileira, especialmente sacra.
Seu acervo conta com mais de 1.500 peças entre imaginária, telas (inclusive Volpis das décadas de 10, 30, 40 e posteriores), mobiliário, carrancas, urnas marajoaras, talhas, bandeiras de procissão, acervo de prata etc.
A coleção tem quatro esculturas de Aleijadinho, entre elas os primorosos "Rei David Tocando Lira" e "São Luiz", bem como obras de Frei Agostinho de Jesus e Frei Agostinho da Piedade, os mais importantes artistas do período colonial atuantes no Brasil.
Apenas em imaginária há mais de 200 peças, entre obras de barro do século 17, barroco mineiro, imagens em nó de pinho feitas por escravos paulistas, as semi-industrializadas "paulistinhas" etc.
O acervo foi catalogado no início da década de 80 e revelado em livro ("Uma Coleção de Arte Brasileira", ed. Banco Safra, 1983, esgotado). O prefácio do volume assinala que menos de dez coleções importantes de arte brasileira permanecem atualmente intactas.
(AM)

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