São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Balanço social; Efeito vinculante; Indignação; Políticas públicas; Voz da consciência; Conselho; Crítica; Impotência; Sobre o PT

Balanço social
"Concordo com o balanço social proposto pelo sociólogo Betinho, mas um fato me preocupa muito: a grande maioria das universidades e faculdades brasileiras não está preparada para formar um profissional que compreenda o papel social de uma empresa.
Uma proposta de balanço social das universidades e faculdades me parece muito pertinente para o momento. As instituições públicas, principalmente, deveriam ser as primeiras a demonstrar para a sociedade o retorno que dão à coletividade, uma vez que são mantidas por impostos pagos por nós."
Edson Sadao Iizuka (São Paulo, SP)
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"Se invadir supermercados e terrenos urbanos é ilegal, a existência de pessoas sem ter onde morar e o que comer é imoral. O governo FHC atacou a ilegalidade da fala de João Pedro Stédile, ameaçando-o inclusive com processo, mas não deu nenhuma resposta ao problema social que ele levantou.
Até mesmo setores da esquerda ficaram presos à questão legal, quando deveriam aproveitar o caso para discutir o problema da pobreza no país."
Antonio Julio de Menezes Neto (Belo Horizonte, MG)

Efeito vinculante
"A Folha de 3/5 estampou artigo dos juízes trabalhistas Marcus Moura Ferreira e Antonio Fernando Guimarães, a favor da adoção da súmula vinculante.
Citam a Corte Suprema dos Estados Unidos, que a adotaria. Os Estados Unidos são um país único no mundo. São democracia, Federação e sistema presidencial porque os seus constituintes, pelo voto livre, assim o resolveram.
No sistema norte-americano, adotado o sistema dos 'checks and balances', o Poder Judiciário foi aquinhoado com a maior fatia de poder.
Os eminentes juízes trabalhistas devem conhecer o engano jurídico que é o enunciado 330 do Tribunal Superior do Trabalho, que não é seguido por nenhum juiz trabalhista brasileiro, inclusive os ministros do próprio TST.
Esse enunciado pretende fazer coisa julgada em homologações trabalhistas leigas, não assistidas por juízes togados. E se tivesse ele a força vinculante, se não pudessem as Juntas de Conciliação e Julgamento derrubá-la, como vêm fazendo, unanimemente, invocando o citado artigo 5º, 35, da Constituição Federal de 1988? Prejudicaríamos milhões, impedindo-lhes o acesso judicial constitucional?"
Pio Antunes de Figueiredo Jr. (Altinópolis, SP)

Indignação
"Que tipo de seres 'humanos' somos nós, quando, em quatro noites, quatro pessoas morrem de frio debaixo do nosso nariz? Que tipo de governo temos ou escolhemos, que sequer fornece um abrigo, por mais simples que seja, a essas pessoas? Será que seria muito caro para um país, que gasta milhões em uma campanha pró-Olimpíada, oferecer um galpão e um cobertor?
Que tipo de 'jornalismo investigativo' temos por aqui, onde tragédias como essa ocorrem a toda hora e merecem apenas umas poucas linhas num canto qualquer, enquanto que qualquer jogo de futebol ou final de telenovela ganha páginas e páginas?
Alguém pode dar uma explicação?"
Eduardo Dal Médico Chain (São Paulo, SP)

Políticas públicas
"O discurso da suposta defesa da ordem, tão caro no tempo das baionetas, não pode servir de justificativa para a manutenção das desigualdades e para a reprodução de injustiças.
A democracia brasileira, para seu constante aprimoramento, necessita de um crescente envolvimento social na definição das prioridades de políticas públicas, para que se busque a plenitude da cidadania pelo caminho legal.
Parabéns ao senador Roberto Freire pelo seu artigo de 5 de junho."
Gustavo Ungaro (Jundiaí, SP)

Voz da consciência
"Tenho acompanhado os pronunciamentos do senador Pedro Simon na TV Senado e fora dela. Em meio à acomodação de atitudes e de interesses que calam a maioria absoluta dos políticos, a voz desse homem tornou-se a manifestação da consciência da nação e das pessoas de bem deste país."
Antonio L.G. Muffone (Curitiba, PR)

Conselho
"O ministro Sérgio Motta deveria completar sua peregrinação percorrendo o Caminho de Santiago. A pé, é claro! Se não salvar a alma, fará bem para o corpo."
Roldão Simas Filho (Brasília, DF)

Crítica
"Qualquer evento cultural que tenha a participação de articulistas da Folha (ou de intelectuais simpáticos a eles), tem sempre ampla divulgação no jornal. Quem está fora desse restrito e privilegiado círculo, passa frio e fome.
Senão vejamos: importantes intelectuais europeus, críticos da ordem global -entre eles, François Chesnais e Elmar Altvater-, vieram a São Paulo para um seminário internacional, promovido pela PUC-SP. A Folha não dedicou nenhuma linha a esse evento."
Carolina del Roio (São Paulo, SP)

Impotência
"Li com particular atenção a excelente reportagem sobre o tratamento da impotência sexual masculina (Cotidiano, 30/5). Objetiva e clara, reúne todos os dados necessários para orientar seus leitores interessados no assunto. Grande trabalho de pesquisa!"
Benemar Guimarães (São Paulo, SP)

Sobre o PT
"A Folha vem tratando a suposta corrupção no PT como se fosse a virgindade de Maria. As acusações de um ex-funcionário da prefeitura teriam 'jogado o PT na vala comum dos outros partidos'. Que absurdo!
Mesmo que comprovadas, as denúncias não mostram que 'o PT é igual aos outros'. A falta de objetividade com que a Folha trata a questão é um acinte à respeitabilidade de seus profissionais e à inteligência de seus leitores."
Alberto Lourenço (Los Angeles, EUA)

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