São Paulo, segunda-feira, 9 de junho de 1997
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Poluição e história asfixiam em Damasco

CLAUDIO WAKAHARA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O ar de Damasco -cidade habitada há mais tempo de modo contínuo no mundo (registros de Ebla referem-se à cidade já em 3000 a.C.)- pesa nos pulmões.
Menos pela poluição presente durante as horas do rush que pela intensa carga histórica e religiosa presente em suas edificações.
Os damascenos, possuidores de uma compreensão bastante liberal da palavra islâmica, vêem a grande afluência de turistas vindos de outras regiões muçulmanas conferir à cidade sua quota de véus negros.
É comum ver grupos de jovens lotando as mesas dos bares de Damasco, bebendo arak e fumando narguilés (espécie de cachimbo).
A maioria das atrações turísticas estão localizadas na cidade velha e seus arredores. Para observá-las, é conveniente se hospedar nas proximidades da praça Marjeh, região hoteleira junto às muralhas.
Os "suqs", labirínticos mercados cobertos da cidade velha, abrigam lado a lado lojas de especiarias, tapetes orientais, suvenires, mercearias, farmácias, oficinas, butiques, lanchonetes etc.
A onipresente mesquita Ommayad, erguida no século 8º, se localiza ao final do "suq", na frente do templo de Júpiter.
A partir da entrada lateral (reservada para turistas), você chega ao pátio interno, onde é possível observar o excepcional mosaico que recobre a estrutura da mesquita.
No pátio se encontram ainda o Tesouro (estrutura destinada a resguardar o tesouro da mesquita), uma fonte para a ablução -ritual de purificação pela água- dos fiéis e uma série de minaretes.
Ao lado da mesquita, um portão discreto leva ao palácio de Azem, paxá otomano que governou Damasco durante parte do século 18.
Um grande pátio, repleto de fontes, espelhos d'água e jardins, faz a interligação dos espaços privados que se organizam em torno dele.
O Museu Nacional de Damasco, próximo ao Escritório de Informação Turística, conta com uma grande coleção de escritos ugaríticos (primeiro alfabeto, criado por volta do século 14 a.C.), estatuária síria, têxteis e versões antigas do Alcorão.

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