São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Sem-teto reúnem mil pessoas em Brasília, segundo a PM

BETINA BERNARDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A caravana dos sem-teto deixou ontem Brasília após falar com apenas um ministro e dividida quanto à eficiência do movimento.
Os organizadores da caravana afirmam que trouxeram 83 ônibus à capital, somando cerca de 3.800 pessoas. Eles avaliaram em 4.500 o número de participantes da passeata até o Palácio do Planalto, contando com a adesão de moradores de cidades-satélites. A polícia afirma que havia menos de mil manifestantes.
A concentração em frente ao Planalto tinha como objetivo entregar ao presidente Fernando Henrique Cardoso um documento com as reivindicações do movimento, entre as quais a criação de um fundo nacional vinculado para habitação, mais recursos para educação e implementação do SUS (Sistema Único de Saúde).
Eles não foram recebidos pelo presidente. Uma parte do grupo, vinda do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará, resolveu ficar em frente ao Planalto, onde estavam 200 dos 1.250 homens da PM mobilizados para a segurança.
Eles discordaram da orientação de diretores da CMP (Central de Movimentos Populares), que conduziram os manifestantes para a porta do Ministério da Justiça.
Os dissidentes já haviam expressado sua insatisfação com os rumos do movimento já na concentração da passeata.
Cerca de 50 pessoas que vieram do Rio, entre os quais cerca de dez "anarco-punks", brigaram para subir no caminhão de som e ler uma carta de protesto.
"Se soubéssemos que viríamos a Brasília para ficar andando de um lado para outro para entregar documentos simbólicos, não viríamos. Quem entrega missivas é carteiro", leu André de Paula, diretor da CMP (Central de Movimentos Populares) no Rio.
Ele defendia uma "ofensiva" maior. Em frente ao Planalto, os dissidentes do Rio fizeram discursos e depois se dispersaram.
Representantes do grupo majoritário, que havia se dirigido ao Ministério da Justiça, foram recebidos pelo secretário nacional de Direitos Humanos, José Gregori, e pela secretária de Política Urbana, Maria Emília Rocha Mello.

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