São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Presos acusados de superassalto em SP

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu seis acusados de participar da quadrilha responsável pelos três mais importantes assaltos deste ano no Estado de São Paulo. Dois permanecem foragidos. Outros dois já haviam sido presos no mês passado.
Especializado em roubos a bancos, a carros-fortes e a empresas de valores, o grupo é suspeito de ter praticado o maior roubo deste ano -R$ 1,83 milhão, levado da Transportadora de Valores Égide.
A quadrilha é acusada ainda de matar duas pessoas na tentativa de roubo a um carro-forte da Transvalor, no Tatuapé (zona sudeste de São Paulo). Dois de seus membros também teriam sequestrado um gerente do Itaú para roubo a agência do Ipiranga (zona sudeste).
Segundo o delegado Ruy Cesar Fontes, da Delegacia de Roubo a Bancos, com os acusados foram apreendidos sete revólveres, duas pistolas e uma submetralhadora. "Três dos revólveres foram roubados de vigias de bancos", disse.
O primeiro a ser preso foi Idalmo Ferreira da Cruz, 31, o Coloral. Ele foi pego em Londrina (PR) há duas semanas. Depois, foi preso Décio Luis Gouveia, 30, o Português.
Em seguida, foram capturados Isael Lima, o "Zua", Rogério da Silva e Ananias Barreto. O último a ser preso foi Marcos André Mafra, 31. Detido ontem em Guarulhos (Grande São Paulo), ele estaria com uma submetralhadora. Nenhum dos acusados quis depor ou dar entrevistas.
Lucival Marques da Silva, 30, o "Fiori", e Emerson Carlos Dal Santos, o "Carlinhos", continuam foragidos. Dal Santos usa terno e gravata nos roubos e foi fotografado pela câmera da agência do Itaú.
O caso mais antigo é o do sequestro do gerente do Itaú, ocorrido em 20 de fevereiro. Ele foi dominado e os ladrões passaram a madrugada em sua casa.
Pela manhã, levaram o gerente ao banco, enquanto mantinham a família dele como refém. Roubaram R$ 121 mil. Mafra e Dal Santos foram reconhecidos nesse caso.
A tentativa de roubo ao carro-forte da Transvalor ocorreu em 14 de abril passado, na rua Serra de Bragança, no Tatuapé. Segundo o delegado, todo o grupo será indiciado nesse caso.
O blindado estava parado em frente a uma agência bancária. Os vigias reagiram -um deles e um cliente do banco morreram. Mesmo assim, nada foi roubado.
No caso da Égide, assaltada em 6 de maio, três dos ladrões entraram na empresa pelos dutos do sistema de ar-condicionado, renderam os funcionários e abriram o portão da transportadora de valores para os outros membros do grupo.
Nesse caso, a quadrilha teria recebido a ajuda de um funcionário da Égide, José Adevan Lourenço da Silva. Silva e Edmar Barbosa Lima foram presos. Lima teria servido de ponte entre Silva e a quadrilha. Com eles, a polícia diz ter recuperado cerca de R$ 30 mil.
"Estamos também relacionando casas, apartamentos e carros comprados pelos outros acusados presos a fim de requisitar à Justiça o sequestro e o perdimento desses bens", disse o delegado.
O sequestro é uma medida judicial que impede que o dono dos bens possa negociá-los. Caso fique comprovado que os bens têm origem ilícita, a Justiça decreta a perda definitiva do patrimônio dos acusados.

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