São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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EUA prometem boicotar cerimônia chinesa em HK

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A secretária de Estado dos EUA, Madeleine Albright, disse ontem que não vai assistir em 1º de julho à cerimônia de posse do Legislativo de Hong Kong apontado pelo governo da China, para demonstrar seu apoio ao Parlamento eleito da atual colônia britânica, que voltará ao controle chinês naquele dia.
Albright representará os EUA nas solenidades de transferência do poder sobre Hong Kong do Reino Unido para a China. Um dos futuros ministros de Hong Kong, Henry Tang, advertiu que "outros países devem pensar duas vezes antes de boicotar uma cerimônia promovida pelo governo chinês".
O governo dos EUA teme que, se a posse do Legislativo nomeado pela China for presenciada por grande número de representantes oficiais de outros países, os chineses se sintam autorizados a desmontar outros mecanismos democráticos existentes na colônia.
O porta-voz do Departamento de Estado, Nicholas Burns, disse que "não seria apropriado" para a representante dos EUA "testemunhar a dissolução de um Parlamento eleito" e que a ida de Albright a Hong Kong no final do mês tem como objetivo principal "apoiar o sistema democrático".
A posição oficial do governo dos EUA é de confiança em que a China cumprirá seus compromissos de manter a autonomia, as liberdades e o estilo de vida predominantes atualmente em Hong Kong.
No Congresso dos EUA, também ontem, Albright defendeu a política da administração Clinton em relação à China, dizendo que cortar as relações comerciais entre os dois países iria "prejudicar severamente os interesses estratégicos norte-americanos". Ela também afirmou que manter a China na condição de parceiro comercial privilegiado dos EUA não significa endossar as políticas chinesas em relação a direitos humanos.
O Senado deve votar até setembro se o status da China de "nação mais favorecida" no comércio com os EUA deve ser renovada, como vem acontecendo desde 1980, ou não. Parlamentares da oposição e do governo querem revogar esse status sob o argumento de que isso obrigaria o governo chinês a respeitar mais os direitos humanos em seu território. Albright discorda dessa avaliação.

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