São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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Raça é problema, dizem americanos

Discriminação diminuiu em 40 anos

DE WASHINGTON

A maioria dos negros e dos brancos dos EUA acha que as relações raciais "sempre serão um problema" no país, segundo pesquisa divulgada ontem em Washington pelo Instituto Gallup.
O levantamento também mostra, no entanto, que os brancos demonstram menos discriminação, e os negros, mais satisfação com sua vida do que no passado.
Por exemplo: em 1958, em enquete similar, só 4% dos brancos diziam aprovar a realização de casamentos inter-raciais; agora, a porcentagem subiu para 61%. Em 1958, 35% dos brancos admitiam a possibilidade de votar em um negro para a Presidência do país; em 1997, 93% dizem que votariam.
Em 1963, a diferença entre brancos e negros que se diziam satisfeitos com seu padrão de vida era de 37 pontos percentuais; agora, é de 13. Mas a maioria dos negros (54%) ainda acha que não tem a mesma oportunidade que os brancos para conseguir um bom emprego. No caso de oportunidades para obter boa educação formal, a situação se inverte: em 1997, 63% dos negros acham que têm a mesma chance que os brancos.
Os negros constituem 13% da população dos EUA e os brancos, 73% (os hispânicos são 11%). Até 1965, muitos Estados norte-americanos, em especial no sul do país, mantiveram discriminação racial legalizada, semelhante à que existia na África do Sul. O fim da escravidão nos EUA provocou uma guerra civil entre os Estados do sul e do norte entre 1861 e 1865, que causou a morte de 364.511 pessoas.
A partir da década de 70, o governo federal adotou programas chamados de "ação afirmativa" para garantir maior participação de negros no funcionalismo público e em universidades que recebem verbas públicas. Segundo o Gallup, 53% dos negros, mas apenas 22% dos brancos acham que esse tipo de política deve ser ampliada.
Segundo a pesquisa, 45% dos negros entrevistados disseram ter sofrido algum tipo de injustiça por causa de raça nos 30 dias anteriores à enquete.

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