São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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PMDB exibe divergências

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB expôs toda a sua divisão em jantar dos senadores com ministros e a cúpula do partido, na casa do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), anteontem.
O senador Roberto Requião (PR) disse que os governadores do partido são "fisiológicos" e estão "a serviço do governo".
O racha aconteceu quando foi discutido se o PMDB deve lançar candidato próprio a presidente em 98 ou apoiar a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.
No início, o líder na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), cobrou maior apoio dos peemedebistas ao governo.
Disse que o PMDB deu apenas 60 votos ao governo na última votação da reforma administrativa, enquanto o PFL garantiu 85.
"Isso nos enfraquece. Agora temos ministros que representam o partido."
O líder no Senado, Jader Barbalho (PA), contestou: "Se há partido que tem direito a dúvidas, é o PMDB. O PSDB e o PFL já têm projeto político, candidato e cargos. O PMDB, não".
O ministro Iris Rezende (Justiça) disse que o partido está "descaracterizado, com identidade confusa".
"O PMDB está muito bem. Sou aplaudido em todas as universidades por onde vou", reagiu o presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE). Iris rebateu: "Você foi a quantas universidades, dez? Temos 2.000 no país. Falta visitar 1.990".
Paes foi pressionado a convocar o conselho político para reduzir o seu mandato (prorrogado por um ano pela executiva nacional). "Aceito convocar o conselho, mas convoco junto uma convenção."
O senador José Sarney (AP), outro pré-candidato a presidente da República, fez um discurso conciliador. "O PMDB sempre teve suas dissidências. O Paes fala para um tipo de eleitor. O Iris fala para outro tipo. E todos votam no PMDB."
Depois, Sarney defendeu uma mudança de rumos no PMDB. "O partido tem que se voltar para o social."
Ficou acertado que o PMDB vai adiar ao menos até o final do ano a discussão sobre a candidatura.

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