São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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PMDB vai adiar debate sobre sucessão

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A deflagração da sucessão presidencial, após a aprovação da emenda da reeleição, pegou o PMDB rachado. O grupo governista quer participar do comando da campanha pela reeleição de Fernando Henrique Cardoso, enquanto os dissidentes defendem um candidato próprio do PMDB.
Os senadores José Sarney (AP) e Roberto Requião (PR) já fazem discurso de candidato, mas a cúpula do partido prefere adiar a discussão sobre candidatura para o início do próximo ano.
O grupo governista está preocupado com a exclusão do partido da chapa de FHC (o vice seria do PFL) e do comando da campanha. O líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), aliado do governo, confirma a preocupação.
"Participar da chapa não é tão importante, mas temos que participar da formulação do programa de governo e da sua futura execução. Temos que definir os espaços que o partido vai ocupar", disse.
A crise de identidade do PMDB explodiu na reunião realizada com senadores e ministros do partido na residência do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), na última terça-feira. Terá desdobramentos na próxima semana, quando Temer receber os nove governadores do partido.
O presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), conseguiu na Executiva Nacional a prorrogação dos mandatos dos diretórios por um ano. Com isso, ele comandará a escolha do candidato do partido a presidente.
Paes espera pela adesão do ex-presidente Itamar Franco ao PMDB e defende a candidatura própria. Os governistas querem reunir o Conselho Político para afastar Paes do comando.
Na reunião de terça, Requião disse que a prorrogação dos mandatos tem que ser decidida em Convenção Nacional. "O Conselho Político é viciado." Segundo ele, existem "governadores que prestam serviço ao governo".
Sarney propõe que o PMDB adote uma política que lembra muito o marketing do seu governo: "O partido tem que se voltar para o social. Tem que reativar esse projeto, que sempre foi a sua marca".
O ministro Iris Rezende (Justiça), aliado de FHC, disse na reunião que "projeto de poder não é necessariamente ter candidato a presidente da República".

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