São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997 |
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Fórum no STJ debate projeto de lei de imprensa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O advogado Luís Francisco Carvalho Filho, consultor jurídico da Folha, disse ontem, em fórum sobre o Judiciário, que a nova Lei de Imprensa, debatida no Congresso, não deve levar ao "enquadramento" de órgãos de comunicação.Para Carvalho Filho, o fato de o Congresso ser um dos principais alvos de crítica da imprensa pode gerar desejo de enquadramento. Ele foi um dos debatedores em painel sobre "meios de comunicação: atuação e responsabilidade", no 1º Fórum Nacional de Debates sobre o Poder Judiciário, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Carvalho Filho defendeu o fim da pena de prisão para crimes contra a honra (como calúnia e difamação) e a instituição de limite no valor das indenizações. "Deve haver limites razoáveis. A reparação não deve ficar ao livre arbítrio dos magistrados. Não podemos correr o risco de inviabilização do órgão de imprensa por motivo financeiro", afirmou. Ele lembrou que o projeto em tramitação na Câmara já chegou a prever multa por danos morais de até 20% do faturamento da empresa. Para ele, a manutenção desse dispositivo na futura lei representaria "censura econômica". A última versão do projeto de lei não limita o valor da indenização. Pelo texto, o juiz terá de considerar se o crime foi ou não intencional e a reincidência do órgão de comunicação, entre outros aspectos. Carvalho Filho disse que a eventual tentativa de enquadrar a mídia poderia limitar o direito de crítica e o jornalismo investigativo. Ele condenou dispositivo da lei atual -nº 5.250, de 1967- que prevê pena de prisão por atentado à moral e aos bons costumes. Defendeu o aperfeiçoamento do direito de resposta, hoje previsto. Segundo o advogado, a imprensa brasileira está se desenvolvendo em relação à questão da ética. Texto Anterior: Saúde quer orientação Próximo Texto: Motta vai depor sobre compra de votos Índice |
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