São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Motta vai depor sobre compra de votos
LUIZA DAMÉ
O deputado Nelson Otoch (PSDB-CE) -relator do processo de cassação dos deputados do Acre Chicão Brígido (PMDB), Osmir Lima e Zila Bezerra (PFL), acusados de ter vendido o voto- marcou ontem os novos depoimentos. Além de Motta, foram convidados o líder do governo na Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), a deputada Célia Mendes (PFL-AC), o ex-deputado Narciso Mendes e o empresário Eládio Cameli. Para quinta-feira foram convidados os governadores Orleir Cameli (AC) e Amazonino Mendes (AM) e o deputado José Jorge (PFL-PE), presidente do partido. "Acredito que todos virão à comissão porque é do interesse dessas pessoas esclarecer os fatos", afirmou Otoch. A CCJ só tem poder para convidar os envolvidos. Não pode convocá-los. Anteontem, os ex-deputados Ronivon Santiago e João Maia não foram prestar depoimento. O advogado dos dois, Paulo Goyaz, disse que eles não se manifestarão enquanto não tiverem acesso à íntegra das fitas que revelaram o esquema de compra de votos. A Folha teve acesso a fitas nas quais os dois deputados afirmam que receberam entre R$ 100 mil e 200 mil para votar a favor da reeleição. Ronivon disse que Zila, Osmir e Chicão venderam o voto. Segundo Ronivon, a operação foi patrocinada por Amazonino e Cameli, com participação de Eládio Cameli, irmão do governador e diretor da empresa Marmud Cameli. Maia disse que o dinheiro seria de responsabilidade de Motta. Narciso Mendes foi apontado por Ronivon como sendo o provável autor das gravações. Célia Mendes é mulher de Narciso. Pauderney é citado nas fitas como intermediário de reuniões dos deputados com Amazonino, e Luís Eduardo, como intermediário de audiências com ministros. O relator disse que a quebra do sigilo bancário e fiscal dos três deputados que estão sendo investigados não é fundamental, pois, "segundo as gravações, o pagamento foi em dinheiro". Os três deputados anexaram à defesa extratos das movimentações bancárias deste ano. Segundo o relator, esses extratos não levantam nenhuma suspeita. Texto Anterior: Fórum no STJ debate projeto de lei de imprensa Próximo Texto: Relator não quer comissão Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |