São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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Melhora o nível de progresso humano no país, afirma ONU

Governo diz que a proporção de pobres diminuiu

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil (IDH) está melhorando mais rapidamente nos últimos anos do que na década de 80. O principal motivo é um maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
É o que mostram as tabelas do Relatório do Desenvolvimento Humano de 1997, divulgado ontem, em Brasília, pelos representantes do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
O ritmo de crescimento do IDH brasileiro foi de 1,8% ao ano de 1992 a 1994, contra 1,0% entre 1980 e 1992. Mesmo assim, o incremento do desenvolvimento humano do país ainda ocorre em uma velocidade inferior à dos anos 70. De 1970 a 1980, o IDH do Brasil melhorou num ritmo de 2,9% ao ano.
Queda na mortalidade
Nessa arrancada, o Brasil chegou a ultrapassar vizinhos como a Colômbia e o Equador no ranking do IDH. A estagnação econômica dos 80, porém, permitiu que os colombianos, por exemplo, saltassem à frente na classificação novamente.
O rápido crescimento do desenvolvimento humano brasileiro nos anos 70 está associado a uma queda acentuada da mortalidade infantil, que resultou num aumento da esperança de vida ao nascer -um dos componentes do IDH.
Tigres
Entre 1960 e 1994, o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil praticamente dobrou.
Esse crescimento só foi inferior ao dos Tigres Asiáticos, como Coréia e Tailândia, e de alguns países árabes cujo PIB foi multiplicado no período pelo aumento do preço do petróleo que produzem.
Em 1960, para cada 1.000 crianças nascidas vivas no Brasil, 116 morriam antes de completar um ano de idade. Em 1994, essa relação já havia caído para 45/1.000. No mesmo período, a expectativa de vida cresceu de 54,7 anos para 66,4 anos.
Porém, o fator que mais contribuiu para o aumento do IDH foi a evolução do PIB real per capita. Em 1960, eram US$ 1.404,00 para cada brasileiro por ano. Em 1994 esse valor já havia subido para US$ 5.362,00 per capita/ano.
Calculado pelo Banco Mundial, o PIB real per capita reflete o poder de compra da população.
Menos pobres
Na mesma entrevista em que a Organização das Nações Unidas divulgou o ranking do desenvolvimento humano, no qual o Brasil aparece em 68º lugar, o governo federal apresentou dados mostrando que o número de pobres caiu após o real.
As estatísticas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão subordinado ao Ministério do Planejamento, que não são inéditas, apontam uma redução de 33,4% (1994) para 25,1% (1996) na fatia de pobres da população.
O conceito de pobreza empregado pelo Ipea varia em função do local. Em São Paulo, por exemplo, são considerados pobres todas as pessoas que têm renda inferior a R$ 90,00 por mês.

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