São Paulo, sexta-feira, 13 de junho de 1997
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Londres rejeita mais tropas chinesas em HK

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Reino Unido rejeitou a exigência da China de que o Exército Popular de Libertação entre em Hong Kong antes da transferência formal de soberania do território.
O governo chinês argumenta que os soldados precisam chegar com antecedência, para estarem prontos para assumir seus novos deveres imediatamente após 0h do 1º de julho.
Nesse momento, Hong Kong deixa de ser uma colônia britânica e se torna uma Região Administrativa Especial, semi-autônoma e com Constituição especial.
A disputa pelo tamanho do contingente militar chinês, que aparentemente se arrasta há algum tempo, veio a público ontem, quando Zhang Junsheng, subdiretor da agência de notícias oficial chinesa, a "Xinhua", disse que a China está negociando com o Reino Unido a entrada antecipada do regimento em Hong Kong.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico, Bill Dickson, disse que seu país não aceitará a presença de todo o regimento que deverá ser estacionado em Hong Kong, antes da transferência de soberania.
Mas Dickson não descartou que o Reino Unido ainda venha a permitir a entrada de um maior número de soldados chineses nop território.
Cerca de 200 soldados chineses já estão estacionados em Hong Kong, preparando a chegada de 10 mil, que formarão a guarnição chinesa em Hong Kong.
As tropas que já se encontram no território foram transferidas nos últimos dois meses, por etapas. Havia um entendimento de que esse seria o contingente total em Hong Kong até a transferência.
Taiwan
O governo de Taiwan se recusou a cancelar exercícios militares a serem realizados às vésperas da devolução de Hong Kong à China, apesar de um pedido dos Estados Unidos nesse sentido.
As manobras estão previstas para 23 e 24 de junho. "Os exercícios militares são uma prática de rotina das Forças Armadas de Taiwan para demonstrar a nossa capacidade de combate," disse o general Kung Fan-Ding, porta-voz do Ministério de Defesa do país.
"Não há relação entre o momento programado e a devolução do território à soberania da China comunista," acrescentou.
A China rspondeu com uma advertência velada. "Cremos que Taiwan deve fazer mais para melhorar as relações entre os dois lados do estreito de Taiwan," disse o porta-voz da chancelaria, Cui Tiankai.
Boicote
O governo de Pequim procurou minimizar a ausência do primeiro-ministro britânico Tony Blair e de outras personalidades ocidentais na posse de um Parlamento nomeado pela China para Hong Kong.
"Blair anunciou que participará das cerimônias de transferência da soberania" (que se realizarão antes da meia-noite do dia 30), disse o porta-voz da chancelaria chinesa. "Nós o felicitamos por essa decisão."
Depois da meia-noite haverá mais duas cerimônias: a fundação da Região Administrativa Especial de Hong Kong e a posse dos novos poderes, entre eles a Assembléia Legislativa Provisória, que substituirá o atual Parlamento, eleito diretamente em 1995. Os membros da assembléia foram indicados pelo governo chinês.
"Esperamos mais de 4.000 pessoas na cerimônia de posse. Se alguns não vierem, isso não terá grande influência sobre a cerimônia," disse o porta-voz.
Além de Blair, a secretária de Estado norte-americana Madeleine Albright declinou o convite para a posse, em protesto contra a dissolução do Parlamento eleito.

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