São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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Lideranças da PM estão divididas

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

As lideranças dos praças da PM mineira estão divididas. Alguns líderes não são reconhecidos e se desentenderam durante as tentativas de formação da comissão que discutiu a insatisfação dos praças com o comando-geral e o governo.
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados, o ex-cabo Carlos Alberto Santos Oliveira, foi excluído da comissão. Ele foi expulso da PM em 87 e há três anos fundou a associação.
A Agência Folha apurou que o comando-geral da PM não admitiu ter Oliveira nas negociações. Além de ter sido expulso da corporação, outro motivo impediu que ele fosse aceito na comissão. É que Oliveira, embora não filiado, está ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), que empresta a ele uma sala.
Oliveira reagiu à sua exclusão: "Não reconhecemos essa comissão porque ela não foi formada pela categoria. Não confiamos no comando da PM", disse.
O presidente do Clube dos Cabos e Soldados (fundado em 84), cabo Newton Morais, disse que não reconhece Oliveira como uma liderança, embora ele estivesse entre os manifestantes, tentando organizar a passeata.
Entre os sargentos e subtenentes também há divergências. O presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos, Weliton Eustáquio de Jesus, disse que não reconhecia o sargento Washington Rodrigues como líder.
Mas o que se viu entre os manifestantes, especialmente do Batalhão de Choque, é que Rodrigues foi o mais aclamado pelos militares, especialmente os do choque, onde ele trabalha.
"Ele não participa da comissão porque não participou de nada", disse Jesus, ao entrar para uma reunião com o comandante-geral da PM, coronel Antônio Carlos dos Santos.
Rodrigues, no entanto, denunciou entre os manifestantes que foi excluído da comissão. Foi o bastante para que os manifestantes começassem a gritar até que ele fosse chamado a participar da reunião com o secretário da Casa Civil do governo mineiro, Agostinho Patrus.
O único consenso entre os líderes, após a reunião, é que eles estavam dispostos a suspender o movimento e aguardar a posição da Assembléia Legislativa sobre o reajuste.

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