São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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Globalização vai transformar o mundo

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O processo de globalização está provocando uma transformação no mundo equivalente à da Revolução Industrial, iniciada no século 18 -com a diferença de que a velocidade das mudanças hoje é incomparavelmente maior.
Esse é o ponto de partida de "Globalização de Negócios", livro escrito pelo administrador de empresas Eduardo Bassi e que foi lançado nesta semana no mercado.
Ao longo de suas 185 páginas, o autor analisa todas as mudanças que o processo de globalização traz. Para Bassi, a queda das barreiras alfandegárias, a formação de blocos econômicos, a velocidade nas comunicações, as mudanças tecnológicas e o fluxo de capitais internacionais são as principais forças que estão moldando uma nova ordem mundial.
No caso específico do Brasil, o autor diz que o país foi um dos que demoraram a se ajustar à abertura da economia internacional. Resultado: o país ficou à margem do sistema econômico mundial e do fluxo de capitais internacionais.
O modelo vigente no país entre os ano 30 e 70 é de proteção ao mercado interno. O chamado "modelo de substituição das importações" estimulou a produção local, mas, em contrapartida, os efeitos do protecionismo resultaram em baixas taxas de crescimento econômico durante os anos 80.
Isso levou o país a ter pequena participação no comércio internacional. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 95 o país teve participação de apenas 1,9% no comércio mundial, índice muito baixo se se considerar que o PIB brasileiro está entre os dez maiores do mundo.
Bassi utiliza uma série de artigos de jornais e revistas -Folha, "O Estado de S. Paulo", "Gazeta Mercantil", "Exame" etc.- para mostrar os avanços do processo de globalização nos últimos anos. Em geral, esses artigos falam das técnicas utilizadas por empresas para conquistar novos mercados ou ampliar os já existentes.
Para Bassi, decisões tomadas em foros internacionais afetarão profundamente diversos mercados em âmbito mundial. Um exemplo é o acordo assinado em fevereiro passado no âmbito da OMC, sobre a abertura das telecomunicações -mercado estimado em US$ 800 bilhões (quase o PIB brasileiro).
Esse acordo, diz o autor, deverá transformar o mundo como o conhecemos agora, levando à aceleração das mudanças tecnológicas, ao barateamento e à acessibilidade das comunicações internacionais.
O autor deixa claro que não existem fórmulas simples nem soluções genéricas para a globalização de qualquer tipo de empresa em qualquer setor de negócios. As soluções têm de ser encontradas para cada situação, aceitando-se o desafio de gerenciar a complexidade e a diversidade, que são próprias da realidade atual.

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