São Paulo, sábado, 14 de junho de 1997
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Publicidade ganha mais estrangeiros

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1990, o ranking das 15 maiores agências de publicidade em atuação no Brasil mostrava uma clara predominância das empresas brasileiras -apenas três eram estrangeiras. Hoje, o quadro é quase inverso: só cinco entre as 15 maiores são agências sem participação do capital externo.
A associação entre as agências DM9 e DDB, formalizada na sexta-feira, é a mais recente dessa tendência de globalização da publicidade brasileira, constatada principalmente nos dois últimos anos.
Desde janeiro de 1996, pelo menos três grandes negócios foram firmados entre agências brasileiras e estrangeiras.
A principal razão para o interesse das agências estrangeiras em fincar um pé no Brasil é o crescimento do mercado publicitário nos últimos anos e as perspectivas de que vá continuar em expansão nos próximos anos. Além disso, muitas agências consideram que um escritório no Brasil pode servir como base para negócios em toda a América Latina.
Hoje, a maioria das agências globais está presente no mercado brasileiro. E as que não estão têm se apressado em ganhar um lugar, até porque não existem mais tantas opções de associação com grandes agências nacionais.
Foi por ter decidido que iria controlar uma das dez maiores agências no Brasil até o ano 2000 que a DDB negociou uma associação com a DM9 em relativamente pouco tempo, depois de uma tentativa frustrada de acordo com a DPZ.
Até o ano passado, a DDB dividia com a DPZ o controle de uma agência de porte médio no Brasil. A DDB teria tentado comprar a DPZ, mas seus três sócios não teriam aceitado a proposta.
Para as agências brasileiras, a associação com estrangeiras significa acesso mais fácil à tecnologia e, em muito casos, a novos clientes.
Hoje, é fundamental no trabalho publicitário contar com equipamentos modernos -várias agências investiram pesado, por exemplo, em ligações on-line com seus clientes de forma que o anunciante possa ver, numa tela de computador, o anúncio criado pela agência assim que ele fica pronto.
Além disso, muitas das grandes empresas multinacionais estão seguindo a política de ter apenas uma agência de propaganda em todo o mundo. A associação com uma agência estrangeira pode significar, nesse contexto, novos clientes para uma agência local.
América Latina
Seria essa mesma tendência de globalização que explicaria a expansão da Fischer, Justus, que na próxima terça-feira anuncia a compra de mais uma agência, a S,A & A. Ela será a terceira agência controlada pela holding Total e deve ser dirigida pelo publicitário Roberto Justus.
A Fischer está se expandindo não apenas no mercado brasileiro, mas na América Latina, com associações na Argentina e na Venezuela.

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