São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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Contestação usa critério diferente

Para governador, gastos são menores

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na última terça-feira, o governador Mário Covas criticou os dados apresentados pela Folha sobre contratos em sua administração com as empresas Tejofran e Power. Apresentou números que, segundo ele, são diferentes dos mostrados na reportagem da Folha.
A reportagem, publicada na última segunda-feira, informou que o total de contratos feitos com as duas empresas nos três anos da administração Covas atingiu R$ 151,7 milhões. Foram R$ 12,7 milhões em 95, R$ 133,8 milhões em 96 e R$ 5,2 milhões em 97.
A Folha comparou o maior volume de contratações no governo Covas -R$ 133,8 milhões em 96- com R$ 20,1 milhões de contratos com as mesmas empresas feitos em 94, último ano do governo de Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB).
Constatou que o crescimento de contratações da Tejofran e Power nesses dois anos foi de 566%. Foram contratos fechados na administração Covas.
O governador fala de outros números. Ele diz que, em janeiro de 95, início de seu governo, os contratos com as duas empresas eram de R$ 189,9 milhões. Em janeiro de 96, esse valor caiu para R$ 147,9 milhões -baixando para R$ 133,8 milhões em janeiro de 97.
Segundo o governador, houve redução de 29,5% dos valores dos contratos da Tejofran e Power em relação aos registrados no início de seu governo. Ele afirma que o número de contratos com as duas empresas também vem caindo.
Em janeiro de 95, segundo ele, havia 64 contratos -em 96, eram 37 e, em 97, chegaram a 47 contratos. Para Covas, o desembolso mensal às duas empresas também vem caindo.
O Estado, segundo o governador, desembolsou R$ 6,54 milhões com a Tejofran em janeiro de 95 -em janeiro de 97, pagou R$ 4,42 milhões. Com a Power, foram R$ 3,1 milhões em janeiro de 95, e R$ 2,58 milhões, em janeiro de 97.
Parâmetros diferentes
Covas utiliza parâmetros diferentes ao contestar os dados da Folha. Seus números se baseiam em valores sobre contratos (estoques) acumulados nos últimos anos.
Na última sexta-feira, Dalmo do Valle Nogueira Filho, secretário adjunto da Secretaria do Governo e Gestão Estratégica, confirmou que os cálculos incluíam contratações acumuladas de governos anteriores.
O governador usa outro argumento para dizer que estão caindo os valores pagos por seu governo às duas empresas. Refere-se a valores efetivamente desembolsados em sua gestão.
A reportagem, ao contrário de Covas, fala de valores referentes a contratos feitos no atual governo, com duração de um ou mais anos -portanto, nem todos os seus valores foram descontados ainda no caixa do governo.

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