São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997
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Atlas exige mil cadáveres

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os atlas alemães de anatomia, desenhados durante a Segunda Guerra, ainda são considerados os melhores do mundo. Não porque os alemães eram melhores artistas, mas sim porque dispunham de cadáveres à vontade.
José Falcetti estima que sejam necessários pelo menos mil corpos para se fazer um atlas de anatomia completo. Ele, que desenha estruturas isoladas, diz já ter dissecado dezenas de cadáveres.
Liberato Di Dio, professor de anatomia cirúrgica da Universidade de Santo Amaro, diz que os "ilustradores médicos" como Falcetti sempre serão necessários, mesmo com as novas tecnologias.
Imagens em fotografia ou vídeo, de procedimentos cirúrgicos, por exemplo, acabam "poluídas" pelo sangue e pela gordura.
Ao lado do desenho, o trabalho mais avançado foi obtido por David Lee Bassett, que durante 20 anos produziu 2.000 imagens tridimensionais do corpo humano.
Na opinião de Di Dio, desenho, foto e vídeo podem ajudar no ensino, mas nunca substituirão os cadáveres. "O estudante precisa olhar e apalpar o cadáver. Colocar a mão e sentir os órgãos da cavidade torácica. Porque o paciente não é uma imagem, ele é real."
(AB)

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