São Paulo, domingo, 15 de junho de 1997 |
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Na pré-menopausa, americana prefere hormônio natural
JOSÉ REIS
A preferência chega quase a mania e é objeto de muito debate. Ignora, todavia, a maioria das adeptas que as plantas produzem de maneira muito irregular a droga. O fito-estrogênio é utilizado de várias maneiras, desde a própria planta até preparações farmacêuticas que contêm os princípios ativos. Concomitantemente com a moda, tem havido publicação de muitos livros sobre o assunto, de obras culinárias com receitas em que entram só fito-estrogênios até manuais de debate e teoria. Até um computador apareceu na praça, descrito em número da revista da Associação Médica Americana ("Jama"), que, alimentado pelos dados pessoais, dá em troca os riscos que a pessoa corre, os quais serão discriminados em livro que aparecerá em julho deste ano. Alguns desses livros são mera propaganda, fruto do entusiasmo de suas autoras. Outros contêm base científica e têm a autoria de especialistas. Essas drogas são classificadas como suplementos alimentares pelo governo e assim tratam de matéria que é menos regulamentada pelas autoridades. Ninguém nega os bons efeitos do premarin, remédio convencional contra os verdadeiros desastres causados pela menopausa e pelo às vezes turbulantes fenômenos da chamada perimenopausa, que pode preceder com bastante antecedência a instalação da plena menopausa. Mas as obras de propaganda geralmente esquecem os bons efeitos do premarin, assim como os seus efeitos colaterais favoráveis na doença cardíaca e na osteoporose. Não quer isso dizer que os fito-estrogênios não tenham resultados favoráveis, como preparações de soja e linhaça. Alega, entretanto, que grandes doses de fito-estrogênio podem promover crescimento anormal de células do revestimento uterino. Mas os especialistas salientam que o uso sem cautela do estrogênio nas mesmas condições também produz câncer endometrial. Quanto à alegação de que pelo menos alguns fito-estrogênios parecem agir como fatores contrários ao crescimento nas células do útero e das mamas, poucos especialistas se acham convencidos disso. Numa estatística que começou e ainda abrangeu poucos casos, os resultados do uso de genisteína e diadzeína, compostos extraídos da soja, parecem preliminarmente favoráveis, combatendo as ondas de calor e baixando o colesterol.Deve-se todavia acautelar: os processos industriais de produção de soja não raro destroem os seus princípios. Texto Anterior: SAIBA Próximo Texto: O momento decisivo da Europa Índice |
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