São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Impeachment em SC está por dois votos

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS (SC)

O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso Vieira (PMDB), precisa apenas de mais dois votos para escapar do impeachment.
Com a declaração do deputado Ciro Roza (PFL), feita à Agência Folha, de que não vê motivo para enquadrar o governador por crime de responsabilidade, Vieira praticamente pode acrescentar mais um voto aos 11 que lhe garante a bancada do PMDB.
Vieira é acusado de fraude na emissão de títulos públicos para pagamento de sentenças judiciais (precatórios), além de falsificação de documentos e falsidade ideológica.
Como são necessários 14 votos para ele se manter na chefia do Executivo catarinense, fica faltando o apoio de dois deputados.
O bloco que deseja destituir o governador do cargo, acusando-o de irregularidades, possui 22 votos, originários do PPB (11), do PT (6), PSDB (2), PDT (2) e PFL (1).
A aprovação do impeachment exige 27 votos. Portanto, faltam cinco votos para que seja alcançado o quórum de dois terços do plenário da Assembléia, segundo exige a Constituição estadual.
Vieira poderá obter os dois votos que lhe faltam entre os seis deputados pefelistas que se mantêm indecisos, ao contrário de Roza, que indica forte tendência pró-absolvição, e de Júlio Teixeira, que foi o autor do relatório da CPI das Letras que pede o impeachment do governador.
A bancada do PFL, fiel da balança na questão do impeachment, está dividida em relação ao voto em bloco, desejado pela cúpula partidária. Há deputados que desejam ter liberdade para se definir diante do problema, o que pode favorecer o governador.
O PFL deve definir sua posição no próximo dia 23, quando uma reunião partidária traçará a orientação a ser seguida pela bancada.
A reunião será comandada pelo embaixador do Brasil em Portugal, Jorge Bornhausen.
Amanhã começa a funcionar a comissão especial que examinará o pedido impeachment.

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