São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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'Dicionário' é comédia romântica brasileira

MARIANE MORISAWA
DA REDAÇÃO

Depois de ser o sucesso do último verão, a comédia romântica brasileira "Pequeno Dicionário Amoroso" está chegando às prateleiras das videolocadoras.
Sandra Werneck, diretora do documentário "A Guerra dos Meninos", estréia no longa de ficção com a história do relacionamento entre uma arquiteta e um biólogo.
Gabriel (Daniel Dantas) acaba de se separar da mulher, Bel (Glória Pires), com quem tem dois filhos. Diz não querer saber de mulher "pelos próximos 20 anos".
Um dia, porém, quando acompanha o enterro de um amigo em um cemitério, acaba conhecendo a arquiteta Luíza (Andréa Beltrão), que faz uma pesquisa sobre as estátuas do lugar.
Conversa vai, conversa vem, trocam telefones, esperando se encontrarem para que Luíza dê ao moço uma foto de um besouro raríssimo que se intrometera em sua pesquisa fotográfica.
A partir daí, o filme começa a apresentar os joguinhos e expectativas envolvidos em uma relação amorosa. Questionamentos como "Será que ele vai ligar?" e "Como ela vai atender?" servem para mostrar as diferenças de pensamentos e atitudes de homens e mulheres.
É claro que Gabriel e Luíza engatam um romance, que parece eterno. Vivem todas as coisas bobas e adoráveis de um relacionamento amoroso. Ou seja, no começo, tudo é lindo, maravilhoso.
O roteiro de "Pequeno Dicionário Amoroso", assinado por Paulo Halm (co-roteirista de "Quem Matou Pixote?") e José Roberto Torero (cineasta e autor de "O Chalaça"), joga o tempo todo com o que diferencia e o que aproxima o sexo masculino e o feminino.
Por meio das letras do alfabeto, a cineasta apresenta os passos da conquista amorosa -atração, caça-, da consolidação do relacionamento e, depois, do fim.
No meio da história de Gabriel e Luíza, existem os comentários de Barata (Tony Ramos, fora de seu papel habitual de bom moço), amigo dele, e Marta (Mônica Torres), amiga dela. Ambos dizem não acreditar no amor.
Enquanto Barata, que nunca se casou, emite comparações entre a atuação dos humanos e animais -insetos e outros primatas, por exemplo-, Marta, igualmente solteira, gosta de números.
Segundo ela, pelas estatísticas, a maior parte das mulheres se apaixona por atração física, seguidas daquelas que querem ter filhos e das que o fizeram por serem bobas mesmo.
Já para ele, a paixão teria a ver com a quantidade de esperma acumulado. Ou seja, um monte de bobagens -bastante engraçadas.
Final feliz como nos filmes de Meg Ryan? Mais ou menos. Apesar de a maioria achar "Pequeno Dicionário Amoroso" levinho e otimista -tipo "Comédia da Vida Privada"-, houve quem o considerasse deprimente. Assista e ria -ou afunde-se no sofá e chore.

Filme: Pequeno Dicionário Amoroso
Produção: Brasil, 1996, 91 min.
Direção: Sandra Werneck
Com: Andréa Beltrão, Daniel Dantas, Tony Ramos, Mônica Torres, Glória Pires, José Wilker, Marcos Winter
Lançamento: Lumière (011/7295-7020)

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