São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997 |
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Redding "incendiou" platéia
RUBENS LEME DA COSTA; ROGÉRIO ORTEGA
Diante do maior público de sua vida, e o primeiro predominantemente branco, o soulman fez o que muitos consideram a melhor apresentação de Monterey, incluído o show pirotécnico de Jimi Hendrix. É lícito dizer que, se Hendrix ateou fogo à guitarra, Otis se incendiou -e levou a platéia junto. Secundado por uma excepcional banda multirracial, Booker T. & the MG's -na qual tocava o lendário guitarrista e compositor Steve Cropper-, o cantor deu o sangue em suas interpretações de "Shake" (Sam Cooke), "Satisfaction" (Mick Jagger/Keith Richards) e "Try a Little Tenderness", seu "gran finale". A potência vocal e as influências do gospel, semelhantes às de Sam Cooke, somavam-se, em Otis, a uma presença de palco tão agressiva e vibrante quanto a de Little Richard, com quem era frequentemente comparado no início. O festival seria o auge de sua carreira. Seis meses depois, em 7 de dezembro de 67, ele gravou "(Sittin' on) The Dock of the Bay", que viria a ser seu único número um nas paradas dos EUA. Mais três dias e estava morto, aos 26 anos, num acidente de avião em Wisconsin. Sua despedida do palco em Monterey -"Preciso ir embora. Não quero ir"- soou como o acorde final. (RLC e RO) Texto Anterior: Histórias de Monterey Próximo Texto: Roger McGuinn elogia comunhão Índice |
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