São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 1997
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Problemas causaram importação de músicos

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO

O envolvimento de Chicago com o jazz e o blues começou de uma forma trágica para muitos músicos do início do século.
Em 1917, o governo decidiu acabar com Storyville, o bairro boêmio de Nova Orleans.
Sem opção de trabalho na cidade, um grande número de músicos viajou para Chicago, então uma cidade em franco desenvolvimento.
Muitos deles trabalhavam nas obras de construção de edifícios ou nas indústrias -que começavam a se instalar na cidade- durante o dia. À noite, passaram a tocar em bares e cafés.
Um desses músicos era Joe King Oliver, que formou a Creole Jazz Band, considerado o primeiro grupo de músicos negros a gravar jazz, em 1923.
A banda influenciou gerações de músicos, inclusive um dos mais famosos instrumentistas americanos, Louis "Satchmo" Armstrong. Ele ajudou a definir o considerado estilo de Chicago de tocar jazz, com mais improvisações individuais e muito suingue.
Os músicos de Chicago também consideram que a cidade é a capital do blues do mundo.
Depressão
Nos anos 30, com a depressão que abalou seriamente a economia americana, muitos músicos da região do Mississippi tiveram que seguir o mesmo caminho dos músicos expulsos de Nova Orleans duas décadas antes e também acabaram se fixando em Chicago.
Hoje, localizam-se em Chicago algumas das mais famosas casas de blues do mundo (como Legends e B.L.U.E.S.), onde se apresentam famosos músicos de blues, como Buddy Guy.
Nomes como esse ajudam a atrair para Chicago legiões de turistas americanos e estrangeiros, com um número surpreendentemente elevado de japoneses, grandes apreciadores de jazz e blues.

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