São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Depoimento pára trabalho na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O depoimento do ministro das Comunicações parou a Câmara no início da tarde de ontem. Os principais líderes governistas e de oposição foram à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) ouvir Sérgio Motta depor sobre a compra de votos pró-reeleição. Enquanto Motta falava, nenhum projeto foi votado pelo plenário da Câmara.
Pela manhã, o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM) começou a falar para somente quatro deputados, além do presidente da CCJ, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do relator do processo, Nelson Otoch (PSDB-CE).
À tarde, o plenário da CCJ ficou pequeno. Os líderes governistas começaram a chegar por volta de 14h, para o depoimento do deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), líder na Câmara.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), foi um dos primeiros a chegar. Logo depois, chegou o líder do PSDB, Aécio Neves (MG).
Motta chegou acompanhado do presidente do PSDB, senador Teotonio Vilela (AL), e do secretário-geral, Arthur Virgílio (AM).
A oposição defendeu a instalação da CPI da Reeleição com o argumento de que a CCJ não tem poder para investigar os corruptores.
"Não podemos cogitar se houve venda de votos, se não vamos examinar a compra", disse o deputado Matheus Schimdt (PDT-RS), logo que o ministro chegou. Ele propôs o encerramento dos trabalhos da CCJ e a instalação da CPI.
Inocêncio defendeu a CCJ: "A comissão tem realizado um trabalho sério", repetindo a opinião do líder do PSDB, que falou durante o depoimento de Luís Eduardo.
Quando o líder do PC do B, Aldo Arantes (GO), começou a ler a nota do bloco de oposição, o presidente da CCJ cortou a palavra de Arantes porque a nota comparava a CCJ a um palco.
"Não vamos admitir a insinuação de que esta comissão vai servir de palco", afirmou Alves.
Deputados da oposição começaram a gritar. "Não pode cortar a palavra", disse o deputado José Genoíno (PT-SP). "O líder do PFL é quem manda aqui", afirmou o deputado Inácio Arruda (PSB-CE).
Durante 25 minutos, os deputados discutiram os poderes da CCJ, enquanto Motta aguardava que começasse a sessão de perguntas.

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