São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Jornal respondeu pedidos do Congresso, mas mantém sigilo

DA REPORTAGEM LOCAL

Diferentemente do que afirmaram os deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Nelson Otoch (PSDB-CE), a Folha enviou resposta a todos os ofícios e solicitações que recebeu do Congresso Nacional sobre o caso da compra de votos de deputados para a aprovação da emenda da reeleição.
O primeiro pedido de entrega da fita integral das gravações entre o "Senhor X" e os deputados Ronivon Santiago e João Maia foi feito em maio pela Comissão de Sindicância que apurava o caso.
A solicitação foi respondida pelo diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho.
Já em 9 de junho foi enviado o pedido da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), respondido em 12 de junho pelo secretário de Redação do jornal, Josias de Souza.
Nesses dois casos, a Folha manteve sua posição de não enviar aos congressistas cópias das gravações originais, pois elas poderiam levar à identificação da fonte, o "Senhor X".
O sigilo de fonte, isto é, das pessoas que fornecem informações a jornalistas, é garantido pela Constituição.
Em maio, o jornal enviou cópia das fitas com as falas do "Senhor X" suprimidas. A pedido da Comissão de Sindicância, peritos da Unicamp analisaram as fitas cedidas pela Folha e confirmam a autenticidade das gravações.
Leia abaixo a íntegra da resposta da Folha ao pedido encaminhado pelo deputado Henrique Eduardo Alves, presidente da CCJ.

Senhor Deputado,
Acusamos o recebimento dos ofícios 196/97 e 197/97 e da correspondência firmada pelo deputado Nelson Otoch, no mesmo sentido, e esclarecemos que estamos impossibilitados de atender a solicitação de entrega das fitas relacionadas com as reportagens que deram origem à mencionada representação, uma vez que tal atitude ensejaria violação do sigilo de fonte das informações publicadas. Lembramos que o resguardo da fonte é princípio inerente à liberdade de imprensa e assegurado pela Constituição Federal.

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