São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Anistia condena violações

ROGÉRIO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

Em seu relatório anual, divulgado ontem, a Anistia Internacional voltou a citar o Brasil como violador de direitos humanos principalmente devido a acontecimentos em torno da questão agrária.
No capítulo dedicado ao país, ganhou destaque a morte de 19 sem-terra em confronto em Eldorado do Carajás (PA).
O Pará é citado em outros dois episódios: a morte de três trabalhadores rurais em agosto e o assassinato de Neire Reijane dos Santos Guimarães, ativista pelos direitos da mulher.
O assassinato do ativista Francisco Gilson Nogueira de Carvalho, em Natal (RN), também foi lembrado pelo relatório.
Na apresentação do documento, relativo a 1996, a Anistia reiterou o seu repúdio à condenação do líder dos sem-terra José Rainha Júnior.
Segundo Carlos Alberto Idoeta, diretor da seção brasileira da entidade, a sede da organização, em Londres, considera que o julgamento de Rainha não foi justo.
Caso sua condenação seja ratificada em um segundo julgamento, a Anistia irá considerá-lo um "prisioneiro de consciência" -aquele que está preso por suas convicções e não por ter cometido um ato violento.
Apesar das críticas, a entidade admite que houve progressos no país. O Programa Nacional de Direitos Humanos, do governo federal, recebeu elogios, mas sua implantação, na visão da Anistia, continua muito lenta.

LEIA MAIS sobre a Anistia à pág. 1-20

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