São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Eleonor, 70, acha a vida melhor após a viuvez

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

A viúva Eleonor Paris, 70, mudou totalmente seu estilo de vida desde que seu marido morreu, há cerca de três anos.
Ela diz que antes só ficava em casa, tomando conta do marido e dos "afazeres do lar".
"Eu era muito presa. Não podia fazer nada que eu queria. Desde que meu marido morreu, moro sozinha no meu cantinho. Como meus três filhos já estavam grandes, comecei a fazer tudo que tinha vontade."
Todas as segundas-feiras, Eleonor vai a uma reunião de grupo da terceira idade, no Sesc Consolação (centro de São Paulo).
Lá, ela assiste a várias palestras, filmes ou frequenta almoços para descontrair com suas outras amigas.
Eleonor faz ainda aulas de hidroginástica, para "manter o corpo e a mente sãos", como ela mesma diz. Passeios e caminhadas também fazem parte do seu roteiro semanal.
Além disso, ela continua tomando conta de seus afazeres domésticos todos os dias, limpando a sua casa, fazendo compras e indo ao banco pagar as contas.
Sempre que dá tempo, ela visita os filhos e netos.
"Quero fazer tudo. Tenho mil planos. Não é só porque meu marido morreu que eu também morri. Acho que tenho muito a fazer e a aprender nesta vida."
Segundo Eleonor, "essa coisa de fazer tudo ao mesmo tempo" também é para esquecer um pouco que a solidão existe.
"Eu posso afirmar que não me sinto só. Não sei o que é solidão, porque tento ter uma vida social muito ativa. Eu posso me considerar hoje uma pessoa feliz. Não que eu não fosse feliz com meu marido. Mas a maneira que eu levo minha vida hoje é muito melhor", comenta Eleonor.

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