São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Vacinação do país terá auditoria estrangeira

NOELLY RUSSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Saúde, Carlos César Albuquerque, disse ontem que todo o sistema de vacinação do país vai passar por auditoria feita por técnicos estrangeiros.
As ações pretendem rever o atual sistema de compras de vacina, reavaliar o processo e análise de toxicidade do produto e modernizar o sistema de análise de resultados de exames.
O ministro participou da abertura da 4ª Hospitalar, uma feira que reúne 462 expositores de todo o mundo para apresentar novidades tecnológicas para hospitais.
Auditorias
O Instituto Nacional de Controle de Qualidade de Saúde (INCQS) vai receber dois técnicos, um do FDA (Food and Drugs Administration), órgão responsável pelo controle de medicamentos e alimentos dos EUA, e um francês.
Segundo o ministro, a função desses técnicos é sugerir melhorias e modernização dos atuais sistemas de compra e teste de vacinas realizados atualmente no país.
"Trata-se de uma consultoria. O objetivo é que o governo possa se modernizar e atuar de forma mais eficiente no atendimento da população", disse o ministro.
A Fundação Osvaldo Cruz, do Rio, e Instituto Butantan, de São Paulo, também vão receber técnicos holandeses e ingleses. O objetivo é avaliar a capacidade dessas instituições de testar vacinas importadas e as condições que possuem para fabricar suas vacinas.
"As duas instituições já fazem isso com bastante qualidade. A idéia é aperfeiçoar, aprender e melhorar o que já existe. Por outro lado, a responsabilidade de avaliar vacinas recai toda sobre o INCQS, o que certamente afeta a qualidade do serviço prestado à população", afirmou Albuquerque.
A terceira medida adotada, segundo Albuquerque, é outra consultoria feita por um técnico da Organização Pan-Americana da Saúde, que pretende avaliar a coleta de dados sobre eficiência e abrangência da vacinação.
Mais vacinas
Segundo o ministro, o Brasil comprou 36 milhões de doses da vacina tríplice, que ainda hoje está com o abastecimento irregular. Ele afirmou que o Brasil necessita de 24 milhões de doses para atender a demanda total. Essas doses chegam, aos poucos, até o fim do ano.
Albuquerque anunciou ainda a primeira vacinação em massa contra a hepatite B. Segundo ele, o ministério comprou lotes da vacina, que deve começar a ser aplicada no segundo semestre deste ano. A hepatite do tipo B é a mais perigosa, apesar de prevenível, graças à vacina.
Ele não deu detalhes da quantidade de lotes ou do público preferencial que vai receber essas doses.

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