São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Micro paraguaio ajuda 'zebra' do Goiano

LAURO VEIGA FILHO
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

Jogando em casa, o Crac (Clube Recreativo Atlético Catalano) ainda depende só de suas próprias forças para conquistar o título de campeão goiano de 97 -troféu conquistado uma única vez pelo clube, há exatos 30 anos.
O time de Catalão, na região sul de Goiás (a 260 km de Goiânia), perdeu para a Jataiense por 3 a 2 no domingo, em Jataí, pelas semifinais do Campeonato Goiano. Hoje e no próximo domingo, os times voltam a se enfrentar em Catalão, e o Crac -campeão invicto do primeiro turno- precisa de uma vitória e um empate para ir à final.
O vencedor irá enfrentar Goiás ou Vila Nova, que fazem a outra semifinal do torneio.
Na briga pelo título, o técnico Amado Bucar, 37, importou uma arma do Paraguai: um computador Toshiba, de R$ 2.850,00.
Amado -um goiano que jogou pelo Taquaritinga e América de São José do Rio Preto- trouxe de São Paulo os programas que ajudaram a levar o Crac novamente para a elite do futebol goiano.
No ano passado, o ex-jogador cumpriu uma espécie de estágio no São Paulo, acompanhando o trabalho do técnico Muricy Ramalho.
Contratado pelo Crac, Amado trouxe na bagagem os mesmos softwares utilizados por Wanderley Luxemburgo, hoje no Santos, e Nelsinho Batista, técnico campeão paulista pelo Corinthians.
"O computador ajuda a definir a tática, simulando jogadas durante os treinos, corrigir erros de posicionamento do time em cada partida e a avaliar o desempenho dos jogadores", afirma Amado.
Mas ele faz questão de dizer que foi a qualidade técnica do grupo que permitiu ao Crac chegar à posição atual. "Depois de um terceiro lugar em 95, na minha estréia como técnico, agora queremos o título. E só depende da gente."
Formado basicamente por jogadores que vinham já atuando no futebol do Estado, a equipe joga de acordo com o adversário. "Já jogamos com base num esquema 3-5-2 ou 4-3-3, mas nossa formação original é o 4-4-2."
Amado recorda-se de um jogo em especial, quando os dados lançados no computador por um auxiliar, durante o primeiro tempo, foram definitivos para consolidar a vitória sobre o Vila Nova, um dos "grandes" da capital.
"Percebemos que o Vila tinha falhas no posicionamento defensivo de seus jogadores. Armei uma jogada pela lateral direita do campo, usando o Serginho (lateral-direito) como ala numa jogada de profundidade", relembra Amado.
Essa jogada permitiu que o atacante Leonardo, artilheiro do time, fizesse o segundo gol já na fase complementar do jogo, vencido 2 a 0 pelo Crac ainda no primeiro turno do campeonato deste ano.

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