São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Anistia critica os governos da AL

ROGÉRIO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

A América Latina é alvo de duras críticas da Anistia Internacional no relatório anual da entidade, divulgado oficialmente ontem, que aponta prisões ilegais, assassinatos de militantes e torturas de presos como práticas regulares em vários países da região.
O governo peruano voltou a ser criticado por suas ações. Segundo o texto, relativo a 1996, "continuam encarcerados aproximadamente 640 presos de consciência e possíveis presos de consciência (que foram detidos por causa de suas convicções)".
A Anistia afirma que no Peru foram registrados, no ano passado, vários casos de tortura e de morte em consequência dessa prática.
O governo colombiano também é alvo de duras críticas da organização. O relatório afirma que os grupos paramilitares, que mantêm confronto com a guerrilha de esquerda, agem com "apoio ou consentimento" do governo.
"Mais de 120 pessoas 'desapareceram' depois de detidas pelas forças armadas ou grupos paramilitares", diz o texto, que também acusa os guerrilheiros de esquerda de diversas violações dos direitos humanos -basicamente assassinatos e sequestros.
A Venezuela é criticada no documento principalmente devido às condições de seu sistema carcerário. O relatório da Anistia lembra a morte de 25 presos em um incêndio em uma prisão de Caracas.
O Paraguai também é citado no relatório por causa dos conflitos pela posse de terras. Segundo a Anistia, pelo menos três camponeses foram assassinados por matadores que agiam com o apoio ou condescendência da polícia local.
Timor Leste
A repressão do governo da Indonésia à oposição política em Timor Leste -antiga colônia portuguesa invadida pela Indonésia nos anos 70- é tema de um dos capítulos.
A luta pelos direitos humanos em Timor Leste rendeu aos líderes d. Ximenes Belo e Ramos-Horta o Nobel da Paz do ano passado.
Segundo a Anistia, o governo da Indonésia continua proibindo a entrada de representantes de entidades de defesa dos direitos humanos na ex-colônia portuguesa.
Para Monica Hummel, diretora da seção brasileira da Anistia, o Brasil, como maior país do mundo de língua portuguesa, deveria lutar mais em pelas liberdades individuais na área. "O Brasil teria condições de amenizar um pouco a situação."

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