São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 1997
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Israel fere 10 árabes no 4º dia de choques

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Confrontos com tropas israelenses ocorridos pelo quarto dia consecutivo ontem em Hebron (sul da Cisjordânia) deixaram ao menos dez palestinos feridos.
Já são mais de cem árabes feridos nos choques. Ontem, jovens palestinos atacaram com pedras soldados israelenses que patrulham colônia judaica da cidade.
Desde a retirada parcial de Israel de Hebron, em janeiro passado, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) controla 80% da cidade. Tropas israelenses permanecem em Hebron para proteger os cerca de 400 colonos que vivem ali, em meio a mais de 100 mil palestinos.
Dois dos feridos ontem estão em estado grave, segundo fontes médicas. Os feridos gravemente, um jovem de 14 anos e um homem de 72, foram atingidos na cabeça por balas de borracha.
As relações entre árabes e israelenses se deterioraram depois que o governo de Binyamin Netanyahu, sustentado por uma coalizão judaica ortodoxa, iniciou a construção de um assentamento em Jerusalém oriental, local onde palestinos pretendem fundar a capital de um eventual Estado seu.
As negociações de paz foram suspensas, e os choques entre israelenses e palestinos se tornaram mais frequentes.
Os palestinos acusaram os colonos de tentar aumentar seu assentamento ilegalmente. Ontem, forças de Israel e da ANP intervieram para impedir colonos de mudar cercas de lugar e aumentar suas terras em Elisha, assentamento a leste de Jericó (oeste de Jerusalém).
Estados Unidos
O governo norte-americano se manifestou ontem para dizer que a posição dos deputados do país não é oficial.
Os deputados aprovaram uma resolução pedindo que o presidente Bill Clinton reconheça que Jerusalém inteira é capital de Israel -seria, por tanto, o reconhecimento tácito do direito de Israel sobre a parte oriental.
William Cohen, secretário de Defesa dos EUA, disse que "a resolução não reflete a posição da administração" e que ela "não contribui para colocar o processo de paz de volta nos trilhos".

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