São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 1997 |
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Desconto pode criar guerra entre taxistas
FABIO SCHIVARTCHE
O presidente do sindicato dos taxistas autônomos da capital, Natalício Bezerra, disse que pode haver quebra-quebra nos pontos de táxi da cidade, caso alguns motoristas resolvam dar o desconto anunciado oficialmente ontem pelo governador Mário Covas. Conforme a Folha adiantou, o governo estadual assinou um protocolo de intenções com a Associação das Empresas de Táxi de São Paulo (Adetaxi) -que representa cerca de 50 empresas, com uma frota de 6.000 carros- para que o preço da bandeirada caia de R$ 3,20 para R$ 1,20, durante a operação rodízio -entre 23 de junho e 29 de agosto. A decisão de reduzir o preço será de responsabilidade de cada taxista. Os que acatarem o desconto receberão um adesivo da Secretaria do Meio Ambiente informando sobre o desconto de R$ 2. Mas o sindicato dos motoristas autônomos é contra a medida por julgar que o desconto é economicamente inviável. "Vai ter quebra-quebra entre os taxistas. Como nem todos estarão dando desconto, alguns vão estar cobrando mais que os outros e isso vai gerar briga", disse Bezerra. Ele afirmou ter feito, nos últimos dias, uma pesquisa em alguns pontos da cidade e concluiu que a categoria não quer essa redução. "A rigor, já demos desconto quando não acompanhamos o aumento dos ônibus na capital. Agora, reduzir a bandeirada é inviável", disse. Pela lei que instituiu o rodízio, os táxis podem circular livremente durante o programa de restrição. Há na cidade de São Paulo cerca de 37.500 táxis em circulação -31.500 são autônomos, isto é, proprietários do veículo e portadores da licença da prefeitura. O protocolo assinado ontem pelo governador não tem força legal, já que é de responsabilidade da prefeitura legislar sobre o preço da passagem dos táxis na cidade. Segundo o diretor do Departamento de Transportes Públicos (DTP) da prefeitura, Luiz Thadeu Meirelles Brandão, os taxistas são obrigados, por lei, a cobrar a tarifa estipulada pela administração municipal. Segundo ele, o órgão não foi procurado para estudar o assunto este ano. Mas um decreto de 1992, da então prefeita Luiza Erundina, autoriza a prefeitura a dar desconto na tarifa, por meio de uma portaria. A assessoria de imprensa da prefeitura informou ontem que o prefeito Celso Pitta vai aguardar o consenso entre a categoria dos taxistas para tomar uma decisão sobre o assunto. Texto Anterior: Ex-policial se diz inocente de chacina Próximo Texto: 1992 teve quebra-quebra Índice |
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