São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 1997
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Politicagem

CARLOS SARLI

Você sabe o que o japonês, o francês e o português têm em comum?
Só falta um brasileiro de contraponto para a pergunta virar um bom começo de uma piada. Mas não há graça nenhuma nesta história.
Em comum, o país asiático e os europeus, e seus filhos, têm duas etapas cada no Circuito Mundial de surfe. Em comum também, nenhuma tradição no esporte e nenhum representante no Circuito.
Por que então esses três países detêm 50% das etapas deste ano? Questões puramente econômicas não são, já que os EUA contam com apenas uma etapa, ainda assim, fora do continente, no Havaí.
A resposta é: politicagem e má organização. Há dois anos, por exigência dos surfistas, o então diretor executivo da ASP, Graham Cassidy, foi detonado do cargo. Inconformado, associou-se à CSI, conseguiu os direitos de imagens do Tour para TV e tentou mudar o formato da competição. A empresa iria também patrocinar três importantes etapas neste ano. Nada deu certo.
Na semana passada, foi discutida a fundação da Abis (Associação Brasileiro das Indústrias do Surf). Da representação da indústria junto ao governo ao incentivo à criação de fundos artificiais, passando pelo apoio a campeonatos, os estatutos começaram a ser definidos.
O praticante-amante do esporte pode estar dizendo, "so what?" -para a esmagadora maioria dos estimados quatro milhões de praticantes no globo, desenvolvimento está associado apenas ao prazer de estar na água treinando. Mas, para o crescimento do esporte e melhoria dos equipamentos e acessórios, é fundamental uma boa estrutura. A indústria é parte imprescindível desse processo.
A desorganização no Mundial evidencia essa necessidade, e o Brasil vem dando passos importantes para se estruturar e aumentar sua representatividade.

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