São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 1997
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Obra roubada de Klee volta a museu

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Um quadro do modernista suíço Paul Klee, roubado há 34 anos da Phillips Collection, foi recolocado ontem em seu lugar original no museu, um dos mais importantes de artes plásticas em Washington.
Um empresário da cidade de Boston, cerca de 700 km a nordeste de Washington, na costa leste dos EUA, disse ter comprado "A Pequena Regata" numa feira de antiguidades ao ar livre, em 1965.
Edward Puhl pagou entre US$ 1.200 e US$ 1.800 pela pequena aquarela (12 cm x 22 cm), que agora tem valor estimado em US$ 500 mil. Segundo ele, o quadro lhe foi vendido sem moldura ou qualquer selo que o identificasse como pertencente a um museu.
Apesar de estar assinada e datada (1922), Puhl afirma nunca ter tido certeza se a obra era mesmo um autêntico Klee. A desconfiança sobre a autenticidade só surgiu quando um colecionador suíço visitou Puhl em 87 e lhe disse que "A Pequena Regata" (ou " A Regata Azul") tinha "cheiro de Klee".
Puhl, que se considera um diletante no campo das artes, resolveu contratar um pesquisador, que ligou o quadro ao acervo da Phillips Collection. Negociações para o retorno do quadro ao verdadeiro proprietário começaram em 94.
O quadro era um dos trabalhos prediletos do fundador do museu, Duncan Phillips, neto de um empresário da indústria siderúrgica que passou a vida juntando quadros, quase todos de modernistas.
A Phillips Collection é um dos primeiros museus de arte moderna dos EUA (abriu para o público em 1921, oito anos antes do MoMA de Nova York).
Detalhes do acordo entre Puhl e o museu para a devolução do quadro não foram revelados ao público. Mas anunciou-se que ele não envolveu dinheiro nem acusações.
"A Pequena Regata", doada à Phillips Collection em 1951 pela colecionadora Katherine Dreier, é obra típica do pintor no período de 1922. Mostra dois barcos à vela em primeiro plano e outros ao fundo, em meio a ondas estilizadas.
Klee (1879-1940) foi um dos mais influentes artistas do século 20, graças à sua sofisticada linguagem pictórica, que a muitos lembra a espontaneidade das crianças.
(CELS)

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