São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997 |
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Evento do PSDB usou estrutura do governo
WILLIAM FRANÇA
Anteontem, durante a comemoração oferecida pelo PSDB pelo 66º aniversário de FHC, a assessoria do presidente tentou dar à festa um caráter exclusivamente partidário, mas não conseguiu. Como a festa foi promovida pelo PSDB, toda a estrutura deveria ter sido bancada pelo partido. Só que os tucanos entraram apenas com o aluguel do espaço do Clube das Nações e o pagamento do bufê do restaurante Piantella. O Palácio do Planalto entrou com a segurança, o controle de portaria, o sistema e controladores de som e uma equipe de funcionários para acompanhar os jornalistas, além dos responsáveis pelo cerimonial. O mais inusitado aconteceu no final do dia. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto se recusou a divulgar a íntegra do discurso de FHC para os tucanos afirmando que as palavras do presidente "foram de tom político-partidário" e que, portanto, estavam fora de suas atividades presidenciais. Coube ao PSDB divulgar o texto com o discurso. Só que o trabalho de transcrição do discurso de 20 minutos de FHC foi feito pelos funcionários do Setor de Vídeo-Difusão do Palácio do Planalto. A impressão foi feita nos computadores do governo. Para burlar o uso da máquina, as sete páginas com a íntegra do discurso foram repassadas por fax para o PSDB, que as redistribuiu às redações dos jornais. No comitê de imprensa do Planalto a situação chegou a ser cômica. Em situações normais, os textos dos discursos são distribuídos pela assessoria de imprensa tão logo acabam as transcrições. No discurso para os tucanos, o texto saiu da assessoria, foi para o PSDB, voltou ao comitê via fax e depois foi copiado nas máquinas da própria assessoria para ser distribuído aos jornalistas, como sempre é feito. Na prática, o texto só deu uma volta. Texto Anterior: Tuma quer FHC fora da campanha em SP Próximo Texto: Tucanos reagem à candidatura Itamar Índice |
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