São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997 |
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Parceria é saída para desigualdades
DA REPORTAGEM LOCAL Empresários e governo podem estar inaugurando uma nova fase no seu relacionamento. Pelo menos foi essa a disposição expressada por uma centena de líderes empresariais, que participaram ontem de um seminário com a primeira-dama Ruth Cardoso.Uma pesquisa feita pelos empresários com líderes empresariais, mostrou, por exemplo, que apenas 4% dos entrevistados acreditam que o único agente de uma mudança no atual quadro de concentração de riqueza seria o governo. Para 44%, essa responsabilidade seria apenas dos empresários. Mas a maior parte (49%) afirmou que a mudança só ocorrerá se empresários e governo trabalharem juntos. "Estamos realmente caminhando numa mesma direção", disse Ruth. "Lideranças empresariais são parceiros fundamentais para que se possa trabalhar a questão social neste país", afirmou. Na platéia, os empresários eleitos para o Fórum de Líderes Empresariais do jornal "Gazeta Mercantil" deram mostras de concordar com Ruth Cardoso. A primeira-dama preside o Conselho do Programa Comunidade Solidária. O tema geral do fórum é "Cidadania e Riqueza Nacional -o resgate do social na prosperidade econômica". Para produzir um documento apontando soluções práticas, o tema foi dividido em cinco: questão fundiária, globalização, democratização da riqueza, saúde e educação. O documento final deverá ser entregue ao presidente Fernando Henrique no dia 3 dezembro. Segundo o presidente da Usiminas, Rinaldo Campos Soares, que preside também o fórum, ainda há muito por fazer para remover a exclusão sócio-econômica no Brasil. "Agora é chegado o momento de exercitarmos nossas competências para a proposição de diretrizes estratégicas que revertam tendências socialmente perniciosas, resultantes do choque entre benefícios privados e objetivos sociais." A reforma agrária é mais uma questão política, do que social ou econômica. E terra não é problema. A estabilização econômica fez despencar o preço da terra e, agora, muitos proprietários querem vender suas propriedades. A avaliação é do grupo de 23 líderes empresariais, coordenados por Luiz Fernando Furlan, da Sadia, que discute a questão fundiária. Segundo Furlan, o grupo identificou, até agora, alguns consensos entre os vários agentes desse processo. Um deles é que é preciso conferir imediatamente o título de propriedade a cerca de 1 milhão de agricultores que ocupam a terra e produzem sem ter a propriedade. Os empresários apontam, ainda, que o cooperativismo e a colonização de novas fronteiras aparecem como soluções que certamente darão viabilidade econômica aos assentamentos de agricultores. Texto Anterior: Eleição pode elevar déficit público, diz BC Próximo Texto: Fórum quer incentivo à saúde Índice |
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