São Paulo, sábado, 21 de junho de 1997
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Ramos não explica origem de dinheiro

Imposto de R$ 651,5 mil é pago atrasado

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-coordenador da Dívida Pública do município de São Paulo Wagner Ramos, considerado um dos mentores do esquema dos precatórios (dívidas judiciais), ainda não esclareceu de quem recebeu o dinheiro depositado em duas contas no exterior.
Ramos admitiu a existência das contas -uma delas em seu nome no banco Merrill Lynch e outra identificada apenas por números-, pagou o Imposto de Renda devido, mas afirmou, genericamente, que a fonte dos recursos foram empresas multinacionais que contrataram seus serviços de consultoria.
Segundo depoimento da auditora fiscal da Receita Federal, Norma Benvenuti Moreira Lima, ontem, na 4ª Vara Federal em São Paulo, Ramos não é obrigado a declarar o nome das empresas.
Ramos acabou pagando o imposto devido do ano de 95 -que deveria ter declarado em 96- depois de autuado pela Receita. Com a multa, Ramos pagou R$ 651,5 mil. As contas teriam recebido depósitos de cerca de R$ 1,5 milhão.
Outro funcionário da Receita, Carlos Roberto do Nascimento, também prestou depoimento ontem. Ele e Norma são testemunhas da acusação.
Com seus depoimentos, os funcionários da Receita confirmaram as teses da acusação de que Ramos é responsável por dois crimes: evasão de divisas e sonegação fiscal.
O advogado de Ramos, Márcio Thomaz Bastos, está trabalhando para provar que seu cliente é um cidadão cumpridor dos seus deveres, que prontamente atendeu a todas as solicitações da Receita.
O juiz da 4ª Vara Federal, João Carlos da Rocha Mattos, marcou para o dia 30 a próxima audiência para ouvir as cinco testemunhas que ajudarão na defesa de Ramos.

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