São Paulo, sábado, 21 de junho de 1997
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Lemmon e Matthau reafirmam parceria

ADRIANE GRAU
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

A parceria de Jack Lemmon, 72, e Walter Matthau, 76, enfrenta invicta um cruzeiro pelo Caribe em "Out to Sea", décimo filme em que seus nomes surgem em ordem alfabética nos créditos. Encarnando Herb Sullivan, Lemmon é arrastado para a aventura pelo cunhado Charlie Gordon (Matthau).
O viúvo Herb pensa que está tirando férias, mas o solteirão Charlie na verdade os colocou na trupe de dançarinos encarregados de bailar com as hóspedes. O que o perna-de-pau Matthau quer é conseguir uma esposa rica. Não vale contar o final, mas, assim como nos outros filmes da dupla, muita confusão e implicância se colocam entre eles e seus objetivos.
A implicância mútua é o ponto comum entre os filmes que os dois fizeram juntos -sendo quatro sob a direção de Billy Wilder.
Continuará sendo assim na sequência de "The Odd Couple", filme sobre dois desquitados dividindo um apartamento (versão original de 1968) e que, até hoje, lhes vale o apelido de "casal ímpar" nos Estados Unidos.
Na entrevista que concederam à Folha, em Los Angeles, o contraste entre os dois ficou evidente. Walter Matthau sempre interrompia a entrevista para contar piadas sobre o Brasil e perguntar sobre filmes. Jack Lemmon, ao contrário, ouvia com atenção e respondia com cuidado.
"Melhor traseiro"
Matthau diz que cada detalhe da interação entre ele e Lemmon ainda é ensaiado exaustivamente. "Não há nada que venha naturalmente. Temos que repetir à exaustão para ficar sem emendas."
Segundo Matthau, o fato de também praticar exaustivamente a irreverência na vida real não é o que o torna um bom ator. "Talvez apenas me ajude a formar o personagem o fato de eu também ser engraçado e aberto."
Assim como em "Dois Velhos Rabugentos" (1993) e "Dois Velhos Mais Rabugentos" (1995), após os créditos finais foram incluídas algumas cenas que não deram certo em "Out of Sea". "Parece que as cenas cortadas são mais importante que os filmes hoje em dia", reclama Matthau.
O ator desaprova a inclusão do improviso em que ele solta a fala. "Foi o melhor traseiro que já tracei", disse para Dyan Cannon, a atriz por quem ele se apaixona no filme. "Veja bem, eu apenas finjo ser cru e vulgar e estou muito chateado com a história dessa cena estar incluída desse jeito."
Jack Lemmon, ao contrário, não se arrepende de nenhuma cena e até se orgulha dos fabulosos passos de dança que executa. "Costumava dançar bastante com minha esposa antes e depois de nos casarmos", diz ele.
Ele diz que se apaixonou pela esposa Alicia dançando no legendário Coconut Grove, no primeiro encontro.
A interação com Matthau, completa ele, também foi imediata e perfeita como em passos de dança. "Desde o primeiro momento em 'The Fortune Cookie' nos entrosamos completamente", lembra. "Adoro trabalhar com ele. É divertido e rápido."

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