São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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Venda de cachorro-quente duplica renda de ex-secretária

PRISCILA LAMBERT
DA REPORTAGEM LOCAL

Há três anos vendendo cachorro-quente em um movimentado ponto na avenida Paulista (região central de SP), a maranhense Íris Santos conseguiu dobrar sua renda, alcançando hoje um rendimento de cerca de R$ 3.000 mensais.
Ela veio para São Paulo aos 18 anos. Cursou dois anos de administração de empresas e interrompeu os estudos para se casar.
Trabalhou como recepcionista e secretária em vários escritórios a fim de incrementar a receita familiar, que era, na época, não superior a dez salários mínimos (R$ 1.200).
Ela e seu marido possuíam um carro usado, casa alugada e não compravam nada que não fosse de necessidade básica. "Vivíamos apertados e com peso na consciência quando tínhamos gastos que estavam fora de nossos planos", lembra.
Há três anos, Íris resolveu deixar de ser empregada para se tornar empregadora.
Vendeu seu carro e comprou uma Fiorino (Fiat) adaptada para vender cachorros-quentes.
Hoje tem três carros -dois para vender cachorro-quente e outro para passeio-, trabalha cerca de 14 horas por dia e ganha quase o dobro do salário do marido. A renda total da família é atualmente de R$ 4.600.
"O trabalho é duro, a concorrência está muito grande, mas está valendo a pena."
O casal subalugou seu apartamento na Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo) e se mudou para um maior na esquina da avenida Paulista com a rua Peixoto Gomide (região central).
Eles pagam aluguel mensal de R$ 800, além de taxa de condomínio e aluguel de duas garagens -mais R$ 630.
"Hoje temos mais conforto, podemos jantar fora ou comprar um sapato melhor sem ficar com medo de que falte dinheiro no final do mês. Até coloquei minha filha em um curso de inglês", diz Íris.
Ela pretende ficar mais três anos no ramo e depois abrir uma pequena franquia na área de alimentação. "Meu objetivo com o trabalho não é ficar rica, mas viver com conforto."

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