São Paulo, domingo, 22 de junho de 1997
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O bê-á-bá do presidente

ELIANE CANTANHÊDE

Brasília - Fernando Henrique disse que quer fazer alianças com "A mais B mais C mais D, até o infinito, se puder". Só faltou dar o nome aos bois.
"A" deve ser César Maia, o candidato do PFL no Rio. Se o governador Marcello Alencar está esperando um apoio firme do Palácio do Planalto, corre o risco de esperar sentado. De preferência, ali no Leblon ou em Ipanema, a ver navios.
"B" tem jeitão de Paulo Maluf, que está doido para ver Mário Covas bater asas do Palácio dos Bandeirantes e mudar de ninho.
"C" é Itamar Franco, que é desses adversários que não ganham, mas criam um caso danado. FHC está conversando com ele, hoje, em Nova York. Quer vê-lo pelas costas, em Minas.
O governador Eduardo Azeredo pode estar conquistando a chance de se livrar de enchentes e essas chatices todas, a partir de 99, voando para Paris sem problemas.
Alguém poderia perguntar: mas o presidente não é radicalmente a favor da reeleição? Ele é, mas da sua. Não a dos governadores, nem mesmo dos tucanos Alencar, Covas e Azeredo.
Bem, mas ficou faltando o "D" das tais alianças ao infinito. Só pode ser o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz, recém-filiado ao PMDB. Ele já recebeu sinais animadores de FHC. O PSDB tem um pré-candidato, o senador José Roberto Arruda, que é até líder do governo no Congresso. Mas isso, digamos, é apenas mais um detalhe.
Franco favorito nas eleições presidenciais, FHC quer fazer campanha encastelado em Brasília e pontificando pela televisão, enquanto o pau quebra nos Estados.
O Planalto justifica que ele reduzirá ao máximo as viagens e a ida a palanques, para não ficar exposto a suspeitas de uso da máquina.
Nesse caso, entretanto, é unir o útil ao agradável: ele se livra das suspeitas e, de quebra, dos compromissos com os candidatos do seu partido.
O que os tucanos se perguntam é se a regra vale também para os neo-amigos da Bahia.

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